Sem emprego e novas oportunidades de trabalho, milhares de nordestinos se veem forçados a retornar para suas cidades natais
As cidades baianas de Antas e Banzaê, situadas no Semiárido Nordeste II,
voltaram a registrar nesta sexta-feira (22), casos positivos de Covid-19 em pessoas
que retornaram do estado de São Paulo (SP). A confirmação dos casos foi feita
por meio de redes sociais e levou os municípios a chegaram ao segundo e quinto
caso, respectivamente.
O prefeito Sidônio Nilo foi quem comunicou o registro do novo caso de
Antas, detectado por teste rápido. Segundo ele, a paciente é uma mulher de 28
anos de idade, que está sendo observada por profissionais de saúde do
município: “O seu esposo e o seu filho testaram negativo. A equipe está
monitorando, não é caso de pânico, estamos trabalhando dia e noite, entrando em
videoconferência com os prefeitos, já pedimos novamente ao governador um local
onde nós possamos levar os nossos pacientes, se necessário, porque aqui em
Antas no PSF 06 estamos quase em fase de término para levarmos os pacientes a
este local”, comentou o mandatário da cidade, em vídeo.
Já em Banzaê, o paciente é uma pessoa de 23 anos (o sexo não foi
revelado) que retornou da capital paulista e se encontra em condição estável;
além disso, também foi informado que ela não possui comorbidades e está sendo
monitorada pela Vigilância Epidemiológica local. A confirmação se deu por meio
de teste rápido. Os cinco casos da cidade são de pessoas que vieram de São
Paulo.
Em decorrência do número do aumento de casos em Banzaê, a prefeitura
decidiu publicar um decreto que aumenta a rigidez quanto ao funcionamento do
comércio local. Até as 23h59 desta próxima segunda-feira (25), todos os
estabelecimentos comerciais do município devem estar fechados, exceto os que
fornecem serviços essenciais que devem funcionar por delivery, e os postos de
combustíveis e farmácias.
A ordem também proíbe a abertura de agências bancárias, bancos ou
agências postais, correspondentes bancários e casas lotéricas, pelo mesmo
período. O decreto já está em vigor.
MIGRAÇÃO FORÇADA
O grande fluxo de pessoas “originárias” de São Paulo se deve ao fato de
que diversas empresas deste estado promoveram a dispensa de funcionários em
virtude das dificuldades econômicas derivadas da atual crise de saúde gerada
pela Covid-19. Sem emprego e novas oportunidades de trabalho, milhares de
nordestinos se veem forçados a retornar para suas cidades natais.