A justiça eleitoral determinou, em São Paulo, o bloqueio dos bens do ex-governador Geraldo Alckmin e mais dois acusados em um processo sobre doações ilegais de campanha. O juiz eleitoral Marco Antonio Martin Vargas determinou o sequestro de valores em contas bancárias e imóveis no valor de R$ 11,3 milhões.
O montante corresponde ao que o
Grupo Odebrecht repassou, segundo as investigações, ilegalmente às campanhas
eleitorais de Alckmin em 2010 e 2014. De acordo com o inquérito da Polícia
Federal, as informações foram repassadas por executivos do grupo empresarial em
acordos de delação premiada e depois confirmadas com apreensão dos registros dos
sistemas de comunicação interna da empresa.
Extratos bancários que constam no processo
indicam que, entre abril e outubro de 2014, o grupo repassou ilegalmente R$ 9,3
milhões para as campanhas de Alckmin em onze pagamentos, através de um esquema
que envolveu doleiros e empresas offshore. Em 2010, o ex-governador recebeu,
ainda segundo a investigação, R$ 2 milhões, também fora da
contabilidade oficial de campanha, o que configura o chamado caixa 2.
Na Justiça, Alckmin responde por corrupção passiva,
falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro.