Em nota, a entidade
afirmou que os gestores municipais "assistem e vivem desesperadamente a
angústia e o sofrimento da população que corre aos postos de saúde na busca de
vacinas" e manifestou "indignação com a condução da crise sanitária"
pela pasta.
Segundo a confederação, prefeitas e prefeitos de várias partes
de país têm relatado a suspensão da vacinação dos grupos prioritários a partir
desta semana, em consequência da interrupção da reposição das doses e da falta
de previsão de novas remessas pelo Ministério. Não foram listados os municípios
que estão com falta do imunizante.
"Foram várias as tentativas de diálogo com a atual gestão
do ministério, entre pedidos de agenda e de informação. A pasta tem
reiteradamente ignorado os prefeitos do Brasil, com uma total inexistência de
diálogo", escreveu o presidente da CNM, Glademir Aroldi.
"Seu comando não acreditou na vacinação como saída para a
crise e não realizou o planejamento necessário para a aquisição de vacinas.
Todas as iniciativas adotadas até aqui foram realizadas apenas como reação à
pressão política e social, sem qualquer cronograma de distribuição para estados
e municípios. Com uma postura passiva, a atual gestão não atende à expectativa
da federação brasileira, a qual deveria ter liderado, frustrando assim a
população do país", diz a nota.
Na segunda, o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan
assinaram contrato para compra de mais 54 milhões de doses da Coronavac, vacina
desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e produzida no Brasil pelo instituto
paulista, após longo impasse.
A confederação considera que a atual gestão da pasta não tem
condições de conduzir o processo de vacinação, e, por isso, vê como
"necessária, urgente e inevitável" a troca de comando.
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (DEM) afirmou na
segunda (15) que vai interromper a campanha de imunização contra a Covid-19 na
cidade. A ameaça de medida semelhante foi feita por outras capitais.
Enquanto isso, auxiliares de Pazuello tentam frisar que a
situação não representa o fim ou uma suspensão da campanha em todo o país, mas
o que chamam de "término momentâneo" das doses em algumas cidades.
A vacinação já havia sido interrompida por motivo semelhante em
outras três cidades da região metropolitana do Rio na semana passada. Em duas
delas, São Gonçalo e Duque de Caxias, o Ministério Público alertou para falhas
na organização do atendimento a grupos prioritários.
A entrega do lote é responsabilidade do governo federal, por
meio do Programa Nacional de Imunização (PNI).
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada no sábado
(13), a coordenadora do PNI, Francieli Fontana, disse que a expectativa é
receber 4,9 milhões de doses até o dia 23 deste mês.
Recentemente, membros do Ministério da Saúde têm falado na
possibilidade de receber novos lotes um pouco mais cedo, até o próximo domingo
(21) –sem citar, contudo, datas precisas e qual seria o fornecedor.
Até esta terça-feira, o país vacinou 5,5 milhões de pessoas com
a primeira dose do imunizante e 308 mil com a segunda dose.
Neste domingo (14), o Brasil registrou a maior média móvel de
mortes por Covid-19 de toda a pandemia do novo coronavírus: foram 1.105 mortes
por dia na última semana.