A Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP), fazem, na manhã desta quinta-feira (17), uma operação em seis estados do Brasil contra uma quadrilha envolvida na prática de crimes violentos, roubo de cargas, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
O grupo atua em várias regiões do país, especialmente no eixo Sudeste-Nordeste, de acordo com a investigação. No total, são cumpridos 19 mandados de prisão temporária e 21 de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Alagoas, todos expedidos pela 6ª Vara Criminal da Comarca de Campinas.
Além dos mandados de prisão e busca e apreensão, a Justiça também determinou o bloqueio de R$ 380 milhões em bens e valores ligados aos investigados. O material apreendido, como dinheiro em espécie, cartões bancários, carros, armas, munições, além de relógios, celulares e correntes, todos de ouro, foram encaminhados para a sede da Polícia Federal em Campinas.
Como começou e como funcionava?
Segundo a PF, a investigação começou em 2022 depois que a corporação descobriu que o líder de uma organização criminosa especializada em roubo de cargas, e suspeito de homicídios em Sergipe e em Ribeirão Preto, morava em um condomínio de luxo em Campinas.
Depois de diligências e investigações, a Polícia Federal localizou e prendeu, em junho de 2022, o líder da quadrilha, o qual tinha um mandado de prisão preventiva expedido por roubo de carga de defensivos agrícolas em Presidente Venceslau (SP). Ele usava identidades falsas e mudava de endereço constantemente para não ser localizado.
Na ocasião, a polícia apreendeu, na casa dele, um cartão de banco com nome falso utilizado por outro integrante da organização criminosa; um jammer (bloqueador de sinal de comunicação usado em roubo de cargas), notebook; aparelhos celulares; documentos e veículos.
Por conta do que foi apreendido, a PF iniciou uma uma investigação sobre a quadrilha que ele liderava e identificou dois núcleos:
- 1º Núcleo: crimes violentos, como homicídios e roubos de cargas e instituições financeiras, principalmente na região de Campinas
- 2º Núcleo: tráfico de drogas, receptação e lavagem de capitais.
De acordo com a Polícia Federal, a organização criminosa movimentou, por meio de empresas de fachada, identidades falsas, laranjas e movimentações financeiras fracionadas, "centenas de milhões de reais" para ocultar os ganhos com diversos crimes.
A operação recebeu o nome de "Ladinos" em referência à capacidade dos investigados no desenvolvimento de um complexo sistema para ocultar os rendimentos gerados pelas práticas criminosas. A investigação é conduzida pelo grupo especializado de repressão a roubos de carga da PF de Campinas e do Gaeco.
G1 / Campinas