Enquanto
prestava esclarecimentos como suposta vítima de extorsão mediante sequestro,
Alexsandro Rodrigues Nunes, de 44 anos de idade, recebeu voz de prisão nas
dependências do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE). O caso ocorreu
na tarde da última sexta-feira, 6.
De acordo com as investigações, na noite do dia 4 de março, os policiais
do COPE e da Divisão de Inteligência Policial (Dipol) estiveram com familiares
e amigos de Alexsandro, quando tomaram conhecimento de que naquele dia, o
empresário teria sido sequestrado quando entrava no próprio veículo, que estava
estacionado em frente ao edifício do escritório dele, no bairro Jardins.
Alexsandro é empresário do mercado financeiro, e ao sequestrá-lo, os
supostos autores do crime passaram a se comunicar com a família, exigindo
senhas de administração de contas empresariais, como preço pelo resgate. Fotos
do empresário, aparentemente sendo torturado, foram enviadas à família.
Após cessar a comunicação, os supostos sequestradores libertaram
Alexsandro em um município do interior do estado, 15 horas após supostamente
ter sido levado, indicando que a obtenção dos valores teria sido
consumada.
Após algumas diligências, as equipes do COPE passaram a desconfiar da
história do sequestro, sendo que o suposto cativeiro foi localizado e a fraude
confirmada, pois as informações comprovaram que Alexandro tinha se hospedado
voluntariamente em um hotel do interior do estado, onde tirou as fotos após se
auto lesionar, provocando hematomas no rosto e queimaduras superficiais no
peito.
Ao ser confrontado com as provas, Alexsandro confessou ter forjado o
próprio sequestro, mas negou que realmente tivesse desviado valores das contas
de sua empresa, onde opera investimentos de terceiros, sócios/clientes, em
corretoras nacionais e internacionais de moedas estrangeiras. Ele
esclareceu que o crime visava apenas ganhar tempo enquanto conseguia liquidez
para pagar alguns compromissos que venciam um dia após a data do
sequestro.
Como as contas de Alexsandro estavam bloqueadas, a versão do investigado
não pode ser confirmada e para garantia de que o falso sequestro não teria
resultado prejuízo a terceiros, visando, ainda, manter a garantia da ordem
financeira, a prisão preventiva do suspeito foi decretada com o objetivo de
melhor esclarecer os fatos e garantir que não fossem realizadas transações
financeiras que interferissem na investigação.
Até o prazo para conclusão da investigação, a polícia colherá
esclarecimentos de outros dois envolvidos que auxiliaram Alexsandro na
simulação do sequestro, bem como trabalhará com apoio dos operadores
financeiros para concluir se houve, ou não, prejuízo financeiro. Até o presente
momento, não foram encontrados indícios do envolvimento de familiares e
funcionários da empresa na trama criminosa.
Fonte: SSP/SE