O ex-jogador brasileiro
Ronaldinho Gaúcho foi alvo de uma batida policial na noite desta quarta-feira
4, depois de usar documentos falsificados para entrar no Paraguai e se hospedar
em um hotel na cidade de San Lorenzo, nos arredores da capital Assunção. A
informação foi divulgada em primeira mão pela jornalista local Soledad Franco e
confirmada por VEJA. O jogador chegou nesta quarta no país vizinho, onde
participaria de um evento beneficente.
Em entrevista à rádio
Ñandutí, o ministro do Interior do Paraguai Euclides Acevedo confirmou a ordem
de prisão: “Vamos fazer cumprir a lei. Temos a informação de que ele tem
documentação adulterada.” Quem acompanha Ronaldinho nesta viagem é seu irmão e
empresário, Roberto Assis, que também possuía cédula de identidade paraguaia e
um passaporte. Ronaldinho e Assis passarão a noite na suíte presidencial do
hotel Yacht y Golf Clube, a disposição dos policiais, e deverão comparecer na
manhã desta quinta-feira diante do Ministério Público paraguaio.
VEJA obteve acesso ao
conteúdo do boletim de ocorrência, no qual se afirma que a diligência policial
foi feita a partir da “denúncia policial formulada pelo Departamento de
Identificações da Polícia Nacional ao Ministério Público do Estado, referente a
detenção de passaportes paraguaios presumidamente adulterados dos senhores
RONALDO DE ASSIS MOREIRA e ROBERTO DE ASSIS MOREIRA no momento de ingresso dos
mesmos” ao Paraguai. De acordo com o ministro Acevedo, mesmo sem encontrar o
registro em sistema dos documentos apresentados na imigração, a entrada de
Ronaldinho e Assis em território paraguaio foi autorizada pelos agentes do
Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi.
“Nós não
queremos investigar apenas a adulteração, mas também as autoridades que
permitiram essa irregularidade de procedimento”, disse o ministro do Interior
ao veículo paraguaio ABC Cardinal. “Obviamente as autoridades implicadas, por
negligência ou por cumplicidade, não apenas serão investigadas e, uma vez
comprovada sua responsabilidade, serão exemplarmente castigadas”.
Ainda de acordo
com o B.O., Ronaldinho e Assis afirmaram que foram ao Paraguai por convite de
Nelson Belotti, empresário brasileiro e dono do cassino Il Palazzo, nos
arredores da capital Assunção. Segundo os próprios, eles foram contatados por
uma entidade chamada “Fraternidade Angelical”, para a participação de uma série
de eventos. De acordo com reportagem publicada pelo site de VEJA em
setembro de 2019, o ex-craque do Barcelona estava proibido de deixar o Brasil
por ser alvo de ação da Justiça.
Na ação da
polícia do Paraguai também foi preso o empresário brasileiro Wilmondes Sousa
Lira, de 45 anos, quem seria o responsável por providenciar a documentação
falsa aos irmãos.