A Câmara dos Vereadores de Serrinha barrou a abertura da CPI dos
Precatórios do Fundef, na votação que ocorreu na última quinta-feira (27). Foram
9 votos contrários contra 5 a favor.
Os vereadores
Alex da Saúde (PP), Sedex do Ovo (PL), Júnior Bigode (PL), Reginho (PP), Rege
do Ferro Velho (PR), Zé Raimundo (PMB), Reis (PSDB), Santiago (PL) e Edylene
Ferreira (PSD) votaram contra a instalação da CPI.
Já os
vereadores Nininho (PT), Rogério da Cerâmica (PSD), Jorge Gonçalves (PT),
Mariana Cunha (PSD) e Flávio Ferreira (Podemos) votaram a favor da
investigação.
O objetivo da
CPI é investigar o destino dos recursos dos precatórios depositados do Fundef,
que somam mais de R$ 100 milhões, liberados ao município em 2016.
De acordo com
Flávio Ferreira (Podemos), R$ 103 milhões foram depositados na conta da
Prefeitura para o pagamento dos precatórios em 2016. Segundo ele, o valor ficou
dois anos "aplicado no banco", sem que o prefeito Adriano Silva Lima
(PP) tomasse qualquer providência.
Em 2018, ele
colocou para votação o projeto na Câmara que pedia liberação de 40% do valor,
resguardando os outros 60% para aguardar decisão judicial que poderia
beneficiar os professores no período da gestão.
Passado esse
período, contudo, Flávio afirma que Adriano Lima passou a gastar os 60% do
fundo com licitações e obras superfaturadas, como reforma de escolas e cursos
de capacitação de professores.
Em conversa com
o BNews, ele se
queixou da celeridade com que a CPI foi colocada em votação pelo presidente da
Câmara, o vereador Sargento Jean, já que os vereadores da oposição queriam que
fosse apreciada somente na próxima semana.
Marina Cunha
(PSD), que também votou a favor da CPI, disse respeitar as decisões dos
vereadores da base, mas que a "aplicação dos recursos" deveria ser
discutida na Câmara. Segundo ela, "todas as tentativas de
fiscalização" foram barradas e que se não há nenhuma irregularidade, não
há motivos para não ser instaurada a CPI. "Quem não deve não teme",
disse ao BNews.
O presidente da
Câmara dos Vereadores de Serrinha, Sargento Jean (Solidariedade) justificou a
rapidez com que o projeto foi votado. Segundo ele, só foi entregue um
requerimento sem nenhum outro documento anexado, o que dispensava o prazo de
uma semana para análise do material.
Sargento Jean
declarou que não concorre à reeleição e por isso não teria nenhum interesse
político em jogo.
"Eles
apresentaram o requerimento sem nenhuma prova material. Eu perguntei: "Só
isso aqui?". Seguindo o regimento da Casa, não tinha o que analisar.
Quando viram que ia perder a situação, alegaram isso [...] nenhum momento eu
cerceei algum direito da oposição, estou neutro, não sou candidato a reeleição.
Foi votado e reprovado", justifico.