O governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel planejava comprar a rádio Tupi com fins eleitorais. O dinheiro, cerca de R$ 100 milhões, seria desviado do Financiamento aos Municípios da Área da Saúde (Finansus). Os planos do grupo comandado por Witzel,foram revelados durante a delação premiada do ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro , Edmar Santos.
O Finansus é um fundo criado para atender despesas de custeio
dos municípios. Segundo o Ministério Púbico Federal, a quantia seria repassada
para o município de Duque de Caxias, também envolvido na fraude.
Assim conforme relatou o ex-secretário de saúde do Rio em
documento transcrito pela Polícia Federal, que a CNN teve acesso, Witzel
explicou durante uma reunião que “o valor retornaria para o grupo para a compra
da Rádio Tupi, que teria um enorme potencial político para o grupo para as
futuras eleições”.
Segundo detalhou Edmar, o esquema seria feito da seguinte
forma: o Governo do Estado do Rio de Janeiro faria o repasse ao munícipio, uma
empresa envolvida no esquema seria contratada para a execução de um determinado
serviço e esse montante seria devolvido para o grupo através dessa empresa.
A reunião, que teve como objetivo planejar a futura compra da
rádio, aconteceu no Palácio Guanabara, em dezembro de 2019, a portas fechadas
entre Witzel, Edmar e o ex-secretário de desenvolvimento econômico, Lucas
Tristão, preso na operação deflagrada na última sexta-feira. Antes, de acordo
com a delação de Edmar, o então governador Witzel pediu para que “todos
deixassem seus celulares e relógios longe do local de conversa”.