O Grupo de Atuação Especial
de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Sergipe
realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (25), para falar
sobre as investigações contra as empresas baianas que prestaram serviço de
coleta de lixo para o município de Indiaroba.
De acordo com os
procuradores, as empresas All Serv Empreendimentos e Serviços Ltda, WMC
Empreendimentos Ltda, Universal Service Ltda e Ramac Empreendimentos Ltda, que
prestaram serviço para o município em algum momento entre os anos de 2017 e
2020, foram os principais objetos da investigação.
A Procuradoria da Justiça
recebeu a cópia de um procedimento da Promotoria de Indiaroba que dava indícios
da não prestação de serviços e irregularidades na contratação dessas empresas.
Foi instaurado um procedimento na Procuradoria de Justiça e solicitada a
atuação do Gaeco, que passou a investigar o caso desde junho desse ano.
Segundo o Grupo, houveram
quebras de sigilo bancário, busca e apreensão e ficou constatada a falha ou não
prestação de serviço total ou parcial das empresas.
A investigação apurou que
os valores pagos pela prestação do serviço eram depositados nas contas das
empresas e imediatamente sacados. O Gaeco não encontrou pagamentos de verbas
tributárias, previdenciárias, trabalhistas além de outra série de
irregularidades nas empresas.
O prefeito de Indiaroba foi
denunciado e afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça, acusado de ter
participação direta nos crimes. O Gaeco apontou que existem transferências
bancárias diretas realizadas por empresários investigados para o prefeito, além
de outras transferências bancárias dessas empresas para terceiros, que
imediatamente transferiam o valor pra uma conta em nome do prefeito.
Além disso, o grupo apurou
ainda uma relação de comunicação bancária entre essas empresas que já foram
contratadas para prestar o serviço de coleta de lixo no município.
No total, mais de R$ 5,8
milhões foram pagos para as 4 empresas com dinheiro que pertence à verba
municipal, voltado especificamente para o pagamento da coleta de lixo do
município.
Os promotores informaram
também que outras investigações estão sendo apuradas pelo Gaeco sobre casos
semelhantes que estão acontecendo em outros municípios do estado.
Os principais crimes que os
acusados devem responder são os da lei de licitação, organização criminosa,
lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.