Policiais militares e o vice-prefeito da cidade de Serrita, Francisco Tadeu de Sá, foram presos, nesta terça-feira (27), pela Operação Frígia, que visa combater uma organização criminosa suspeita de atuação em garimpo ilegal no Sertão de Pernambuco. A operação foi deflagrada em parceria entre Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF). Ao todo, são cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão.
São investigadas a prática de crimes ambientais, usurpação de
patrimônio da União, lavagem de dinheiro e organização criminosa, pelo grupo,
apontado como especializado em extração ilegal de minério de ouro e posterior
beneficiamento. As atividades eram realizadas, respectivamente, na zona rural
dos municípios de Verdejante e Serrita, no Sertão pernambucano.
Segundo a PF, três
mandados de prisão são para policiais militares, já afastados de suas funções
na corporação. O vice-prefeito de Serrita dava suporte aos criminosos, ainda de
acordo com a polícia. Um policial federal também foi afastado.
Os mandados são cumpridos nos endereços dos suspeitos,
localizados nas cidades de Serrita e São José do Belmonte, no Sertão; Igarassu,
no Litoral Sul de Pernambuco; e nas cidades de Juazeiro do Norte e Jardim, no
Ceará.
Estão envolvidos no esquema agentes públicos e particulares,
financiadores, refinadores de minério e receptadores. A atividade dos
criminosos consisita na extração de minérios, sobretudo ouro, em terrenos
públicos e particulares da cidade de Verdejante, no Sertão de Pernambuco. Em
seguida, o ouro era comercializado.
“Os valores oriundos da venda eram colocados em circulação, com
aparência de legalidade, através da aquisição de veículos e outras condutas,
atos consistentes em lavagem de dinheiro”, disse o MPF em nota.
Ainda foi constatado que
alguns pagamentos pelos serviços realizados em favor do garimpo eram feitos
através de verbas da Prefeitura Municipal de Serrita.
A Operação Frígia contou com a participação de 57 policiais
federais e foi oriunda de uma investigação conjunta realizada entre a Delegacia
de Polícia Federal em Salgueiro e o Ministério Público Federal.
Os crimes que estão sendo imputados aos suspeitos são os
previstos no art. 2° da Lei n.º 8.176/91 (usurpação de bens da União), artigos
54 e 55 da Lei n.º 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), art. 1° da Lei n.º
9.613/98 (Lei de Lavagem de Capitais) e art. 2° da Lei n.º 12.850/13 (Lei de
Organização Criminosa), cujas penas ultrapassam os 20 anos de reclusão, além de
multa.
As evidências colhidas nesta etapa da Operação Frígia serão
analisadas pelo MPF e pela PF, na continuidade das investigações sobre o caso,
para posterior adoção das medidas cabíveis.
Nome da operação Frígia faz
menção a terra do Rei Midas da mitologia grega. Tudo o que ele tocava virava
ouro.