Segundo
o G1, o coordenador da Rede de Observatórios da Segurança na Bahia, Dudu
Ribeiro, avalia que a política de guerra às drogas, instituída pelo Estado
brasileiro, é um dos fatores que contribuem para a autorização do cerceamento
de vidas negras.
"É
a partir do discurso de guerra às drogas que territórios são ocupados e que
famílias são destruídas, que pessoas são encarceradas. Uma parte significativa
da população negra, que não consome substâncias psicoativas tornadas ilícitas
ou as comercializa, é afetada a partir da criminalização do seu território, e
também são afetadas porque esse modelo de guerra determina, no poder público, o
direcionamento dos investimentos", explica Dudu, que também é o-fundador
da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas (INNPD) e historiador.
"A
guerra às drogas é um 'sucesso' porque, durante todo o século XX e XXI, SE
demonstrou, em diversos episódios da história sua intencionalidade, como
mecanismo de produção de controle, de vigilância, de punição, de distribuição
desigual de oportunidades de vida, de rastreamento das pessoas e de limitação
da sua capacidade de exercício pleno de cidadania", completou.