Por unanimidade, os cinco
diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovaram o uso
emergencial da CoronaVac e da vacina de Oxford contra a covid-19. A decisão
depende de publicação no Diário Oficial e de comunicação aos laboratórios para
entrar em vigor.
A
maioria na direção da agência foi alcançada às 14h54, quando o diretor Alex
Machado Campos tornou-se o terceiro a votar favoravelmente à imunização em
caráter emergencial com as duas vacinas.
No
início da tarde, as três áreas técnicas da Anvisa haviam recomendado a
aprovação do uso emergencial. As gerências de Medicamentos, de Monitoramento de
Produtos e de Inspeção e Fiscalização Sanitária deram parecer favorável. A
recomendação, no entanto, precisava ser submetida à diretoria do órgão.
A
primeira diretora a ler o voto foi a relatora do caso, Meiruze Freitas. Ela
aprovou o uso emergencial, mas fez ressalvas. Disse esperar que o Instituto
Butantan responda, até o fim de fevereiro, sobre os resultados sobre a
imunogenicidade (capacidade de produção de anticorpos) da CoronaVac, produzida
pelo Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
A
relatora destacou não haver alternativa terapêutica às vacinas. A diretora
disse ter tomado a decisão com aval da ciência e após trabalho árduo dos
técnicos da Anvisa nos últimos dias. “Guiada pela ciência e pelos dados, a
equipe concluiu que os benefícios conhecidos e potenciais dessas vacinas
superam seus riscos. Os servidores [da Anvisa] vêm trabalhando com dedicação
integral e senso de urgência”, disse Meiruze ao ler o voto.
O
segundo voto foi dado pelo diretor Romilson Mota, que acompanhou a relatora. De
acordo com ele, o grave cenário da pandemia de covid-19 e o “indicativo de
colapso” na rede de saúde justificam a aprovação.
Terceiro
a votar, Alex Machado Campos acompanhou os demais diretores. Ele foi seguido
pela diretora Cristiane Jourdan Gomes e pelo diretor-presidente da Anvisa,
Antonio Barra Torres. A votação foi concluída por volta das 15h20.
Após
a reunião, a decisão será publicada na página da Anvisa na internet, no extrato
de deliberações da diretoria. Existe a possibilidade de o Diário Oficial da
União publicar uma edição extra com o resultado da votação.
O
uso emergencial pode ser liberado após a publicação oficial e assim que houver
comunicação formal aos laboratórios. No caso da CoronaVac, a relatora do caso
pediu a assinatura de um termo de compromisso, que também precisa ser publicado
em Diário Oficial.