O apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, foi um dos
assuntos mais comentados do país, após uma entrevista sem maquiagem, esta
semana, em que defendeu uma intervenção militar no país, “fuzilamento de
detentos” e “limpar mendigos” das cidades. O que o apresentador não falou foi
sobre sua dívida de R$ 79,3 milhões com o fisco.
O
calote na União tem origem em três empresas: Agropastoril Café no Bule Ltda (R$
77,9 milhões); Agropecuária ACB Ltda (R$ 706,6 mil); e Massa & Massa
Comunicação e Marcas Ltda (R$ 663 mil). As duas primeiras empresas com sede no
Paraná e a última, no Rio Grande do Sul.
Na
Massa & Massa Comunicação e Marcas Ltda, o apresentador é sócio com Solange
Martinez Massa, sua esposa. Nas outras duas, além da esposa, Ratinho divide o
quadro societário e a dívida com os filhos Gabriel Martinez Massa, Rafael
Martinez Massa e Carlos Roberto Massa Junior, o Ratinho Jr, governador do
Paraná.
Os dados estão disponíveis no banco de dados de dívidas ativas
da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), vinculada ao Ministério da
Economia. A
consulta pode ser feita por qualquer cidadão através do aplicativo “Dívida
Aberta”, lançado pela pasta.
“Intervenção
militar”
Ratinho
usou seu programa “Turma do Ratinho”, na Rádio Massa, de sua propriedade, para
atacar a Constituição Federal e defender uma intervenção militar no Brasil, na
última quarta-feira (17).
“Se
eu abrir uma votação perguntando se o povo é a favor da volta dos militares, dá
70%. Nossa democracia é muito frágil, dá margem para bandido, estranha",
afirmou Ratinho, que instantes antes, defendeu a volta dos “homens do botão
dourado” para “colocar ordem na casa.”
No mesmo programa, Ratinho foi além e quis explicar o que foi
“feito em Singapura” com a população
em situação de rua, na época de Lee Kuan Yew, primeiro-ministro
de Singapura entre 1959 e 1990.
“Ele
pesquisou do que o povo tinha medo e era dos mendigos batendo nas portas. Ele
limpou os mendigos da cidade. Do que as pessoas tinham medo? Morador de rua.
Ele tirou todos os moradores de rua e deu um lugar para os caras se virarem.
Ele limpou tudo e a imprensa ficou a favor dele. Aqui, se mexer com morador de
rua, a imprensa cai em cima do político. Ele começou nos pequenos e chegou no
maior”.
O modelo de governo adotado por Yew é criticado por conta das
violações de direitos humanos e restrições à liberdade dos cidadãos. No país, homossexualidade
é crime e entre as punições prescritas em lei estão a pena
de morte e chicotadas em praça pública.
Sobre
a população carcerária, Ratinho achou por bem defender que sejam “fuzilados”.
“Eu sei que o que vou falar aqui pode até chocar, mas está na hora de fazer
igual fez em Singapura. Entrou um general, consertou o país e, um ano depois,
fez eleições. Mas primeiro concertou, chamou todos denunciados e disse: 'vocês
têm 24 horas para deixar o país ou serão fuzilados'. Limpou Singapura”.
Ratinho é amigo da família Bolsonaro e já entrevistou, por duas
vezes, o próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em outra
oportunidade, também recebeu em seu programa o filho do mandatário, o
deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Nas
redes sociais, Ratinho já compartilhou imagens de diversos eventos e reuniões
com integrantes da família Bolsonaro.