Nesta terça-feira, 9, o ex-senador Eduardo Amorim foi entrevistado no Programa Sergipe Verdade, da SIM FM. Na ocasião, o médico falou sobre a relação com o ex-deputado federal, André Moura, aliado de primeira ordem no processo eleitoral de 2014.
“Tenho
conversado muito pouco com André. Ele seguiu o caminho dele e eu fui para a
Medicina. Nunca concordei com tudo de André, assim como ele nunca concordou com
tudo o que eu pensava. Vou dar um exemplo que seguimos caminhos diferentes. Ele
na Prefeitura de Aracaju seguiu Edvaldo. Mas, ele fala por ele, eu falo por mim
e sigamos nossas vidas”, disse Eduardo.
Ainda
sobre a eleição para o governo do Estado em 2014, quando disputou o governo e
foi derrotado pelo ex-governador Jackson Barreto, o ex-senador garante que o
uso da máquina pública foi o garantidor da vitória de JB.
“Não
foi por falta de união da oposição. Tivemos uma oposição muito forte em 2014.
Mas, por outro lado tivemos um uso muito forte da máquina, que funciona e
funciona para valer. O marketing do mal funcionou com toda a sagacidade, com
toda perversidade. Milhares de sergipanos estão decepcionados com o mau uso do
dinheiro do Proinveste. Hoje a nossa dívida pública chega a R$ 10 bilhões e o
que foi feito com essa montanha de dinheiro? Gerações irão ter que pagar essa
dívida. O que me deixa mais triste é que quem contribuiu para isso foram
pessoas ligadas aos trabalhadores”, lamenta Amorim.
Questionado
sobre a posição do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia da Covid-19, o
ex-parlamentar é enfático ao apontar os erros do governo federal.
“O
auxílio emergencial foi uma das poucas medidas acertadas. Se não tivesse,
muitos estariam mais ainda na miséria. É preciso manter com toda certeza. A
escala da pobreza e do desemprego avançou muito. Na questão de Saúde Pública
com a pandemia houve muitos equívocos. Cada estado está agindo por si, quando a
gente deveria ter um alinhamento por parte do Governo Federal. Hoje a gente
paga pela falta de vacina. Somos produtores de vacina dentro do SUS, o caminho
já estava feito. Quando o líder não dá o exemplo, e nesse quesito o governo
errou feio, duvidando do vírus”, ressalta.
Sobre
a recente decisão do ministro Fachin em anular as condenações do ex-presidente
Lula, Eduardo espera que o povo faça o julgamento nas urnas. “Difícil comentar.
Hoje, o Supremo é a última instância. Isso cria uma desconfiança jurídica. A
gente fica se perguntando, Lula ficou preso por mais de 400 dias e como é que
fica isso? Ele foi injustiçado? Somos humanos e a humanidade está factível em
cometer erros. É difícil compreender tudo isso, mas é a lei. Que o povo faça o
julgamento, se achar que ele deve voltar à presidência, que mostre nas urnas”,
enfatizou o médico.
Por
fim, o ex-senador revela que seu partido, o PSDB, possui restrições a algumas
siglas e cita o PT como exemplo. “PSDB já nasce naturalmente com restrições há
alguns partidos, isso já vem da nacional. PT por exemplo. É água e óleo, não se
misturam. Todos os dois são partidos socialistas, mas um de extrema esquerda.
Isso não vem de mim. Volto a dizer, não carrego inimigos”, finaliza Eduardo
Amorim.