Flamengo e Palmeiras
mostraram na Supercopa do Brasil por que são hoje os principais times do
futebol nacional. Em jogo de nível bem superior ao que se poderia esperar em um
momento de início de temporada, as duas equipes exibiram alguma de suas
melhores qualidades na briga pelo troféu, decidido apenas nos pênaltis.
O duelo entre o vencedor do Campeonato Brasileiro e o campeão da
Copa do Brasil terminou em 2 a 2. No estendido desempate em tiros da marca
penal, os jogadores rubro-negros foram mais precisos, triunfaram por 6 a 5 ao
fim de 18 cobranças e deram mais um título a um clube tão habituado a levantar
taças.
Foi forte o ritmo da partida, aberta com bonito gol de Raphael
Veiga logo de cara. O Flamengo virou o placar ainda no primeiro tempo, com
Gabriel e Arrascaeta. Os comandados de Abel Ferreira alcançaram a igualdade na
etapa final, em cobrança de pênalti de Raphael Veiga, antes do fracasso nas
batidas decisivas.
O que se viu no estádio
Mané Garrincha, em Brasília, não foi uma disputa em ritmo de pré-temporada. Se
a Supercopa do Brasil é um torneio sem tradição que ainda tenta consolidar sua
importância, o confronto foi encarado pelos rivais como uma oportunidade de
demonstrar força em uma espécie de tira-teima.
A lista de títulos é extensa dos dois lados nos últimos cinco
anos. Só em 2020, o Palmeiras conquistou o Campeonato Paulista, a Copa do
Brasil e a Copa Libertadores. O Flamengo triunfou no Carioca, na Recopa
Sul-Americana e no Brasileiro.
Nenhuma das equipes deu sinais de que pretende interromper a
rotina de glórias. Mesmo sob sol forte em um embate iniciado às 11h, os times
procuraram repetir aquilo que vem lhes rendendo bons resultados.
No caso da formação alviverde, isso significa tomar a bola e
atacar de maneira vertical, sem perder tempo. O que foi levado ao pé da letra
com o gol de Raphael Veiga aos dois minutos, após um lindo drible em Willian
Arão.
A equipe dirigida por Rogério Ceni procurou manter a calma e aos
poucos foi minando a forte marcação do adversário. As oportunidades começaram a
surgir dos dois lados, já que o Palmeiras se mostrava extremamente perigoso nos
contra-ataques.
No talento, o Flamengo buscou a virada. Aos 23, Filipe Luís
entortou Gustavo Gómez e acertou a trave, rebote aproveitado por Gabriel. Nos
acréscimos da etapa inicial, aos 49, Arrascaeta fintou Marcos Rocha e deixou o
goleiro Weverton plantado com finalização desconcertante.
Àquela altura, já não
estava à beira do campo Abel Ferreira, expulso por reclamações agressivas e
insistentes. Mas as mexidas promovidas pelo português no intervalo, com as
entradas de Danilo e Gabriel Menino, deram nova vida ao Palmeiras no nervoso
combate, cheio de bate-bocas.
Enquanto a equipe carioca começava a demonstrar cansaço, a
paulista crescia e pressionava. A investida deu resultado quando Rony sofreu
pênalti tolo de Rodrigo Caio. Raphael Veiga bateu bem, no canto esquerdo, e
igualou o marcador, aos 29.
Depois disso, houve chances nas duas áreas. No final, também com
novas peças em campo, o Flamengo chegou a pressionar e viu Weverton evitar gol
de Gabriel em cima da linha, confirmando a decisão nos tiros da marca penal.
No desempate, os goleiros se saíram muito bem. Houve duas defesas de Weverton e três de Diego Alves, além de duas bolas na trave. Na 18ª e última cobrança, Rodrigo Caio definiu a disputa em 6 a 5 para o clube do Rio de Janeiro.