Se,
por um lado, a chegada das águas do rio São Francisco ao Ceará foi motivo de
comemoração, por outro seu processo foi doloroso para muitas pessoas do Sertão.
Dezenas de famílias foram desapropriadas para dar lugar a canais, túneis,
sifões, barragens e
outras estruturas. E, para piorar, 748 famílias aguardam há três meses o
recurso do governo federal a que têm direito.
Algumas dessas famílias foram reassentadas nas Vilas Produtivas Rurais (VPR’s), onde, mensalmente, deveriam receber o valor de um salário mínimo, chamado verba de manutenção temporária (VMT), pago até serem entregues lotes irrigados com recurso hídrico do próprio "Velho Chico".
Porém, há mais de 90 dias o recurso não é repassado às quase sete centenas e meia de famílias que moram nas 18 vilas foram construídas. Como a grande maioria composta por agricultores que não tem condições ou terra para produzir, esse dinheiro é sua única fonte de renda. Em plena pandemia, padecem de ajuda de vizinhos e familiares para sobreviver.