A Câmara Municipal é um rio de águas turbulentas. Ninguém chega a ocupar
suas cadeiras por acaso, não tem nenhum tolo entre os parlamentares que a
integram. Os interesses são os mais diversos possíveis, indo do pessoal ao
ideológico. Há uma diversidade de pensamentos, de entendimentos e
desentendimentos. Exatamente, por isso, não é fácil comandar aquela casa,
adonde desaguam os projetos que vêm do governo que, geralmente, são rebatidos
pela oposição.
Neste contexto, há que se registrar que, o presidente da Câmara de Paulo
Afonso, Pedro Macário Neto (DEM), vem conseguindo um consenso nas votações de
interesse do governo desde o seu primeiro mandato. Sua atuação política vem
sendo produtiva, porque o governo viu aprovado até os projetos considerados
polêmicos, enviados para votação. Não foi por acaso que foi conduzido a um segundo
mandato por unanimidade entre situação e oposição.
O prefeito Luiz de Deus (PSD) deve muito à sua atuação nas votações da
Câmara. O presidente Macário vinha conduzindo com maestria as sessões
legislativas até aquele fatídico episódio em que ainda paira no ar dúvidas
sobre propositadamente ou não, ele confundiu a soma dos vereadores presentes na
tal sessão, provocando o “empate”, que culminaria com a sua entrada em cena,
votando favorável a proposta do colega governista Leco.
Na sessão seguinte, o equivoco foi desfeito e o projeto da líder da
oposição Evinha Oliveira (SD) nadou de braçadas prevalecendo a sua proposta de
identificar todas as pessoas vacinadas, evitando os famosos “fura-filas”. De lá
pra cá o presidente Macário não tem conseguido navegar macio nas águas
turbulentas do Legislativo.
A pressão aumenta agora com as “luzes amarelas” acessas. Macário que
imaginavam concluir seu mandato em berço esplendido tem pela frente agora a
difícil tarefa de evitar a investigação que pode complicar o prefeito Luiz de
Deus (PSD), A postura da Câmara mudou após o vereador Marconi Daniel invocar a
instalação da CPI.
Por Luiz Brito DRT/BA 3.913