O ex-vereador José Cavalcante Melo, o Dedé da Água, de 57
anos, esfaqueou a companheira, Juliana Maria da Silva, de 33 anos, durante
uma briga de casal, ontem (20/07). Ele confessou o crime, mas não foi preso por
não “configurar flagrante”.
O crime aconteceu em Lagoa do Carro (PE), a 60 quilômetros do Recife. A
vítima chegou a ser atendida e transferida para um hospital, mas não resistiu
ao ferimento.
Dedé da Água, ao lado de dois advogados, se apresentou à
delegacia. “Foi instaurado o procedimento policial, mediante a
expedição de portaria, tendo em vista apresentação espontânea do autor do
delito, o que inviabiliza a lavratura do auto de prisão em flagrante”,
informou a polícia por meio de nota.
A polícia investiga o caso como tentativa de feminicídio.
Feminicídio – O feminicídio é o homicídio praticado contra a
mulher em decorrência do fato de ela ser mulher ou em decorrência de violência
doméstica. Quando o assassinato de uma mulher é decorrente, por exemplo, de
latrocínio (roubo seguido de morte) ou de uma briga entre desconhecidos ou é
praticado por outra mulher, não há a configuração de feminicídio.,
Para ser considerado feminicídio, o crime tem que se encaixar em dois
tipos de casos:
Violência doméstica ou familiar – Quando o crime
resulta ou é praticado juntamente à violência doméstica, o homicida é um
familiar da vítima ou já manteve algum tipo de laço afetivo com ela. Esse tipo
de feminicídio é o mais comum no Brasil, ao contrário de outros países da
América Latina, em que a violência contra a mulher é praticada por
desconhecidos, geralmente com a presença de violência sexual.
Menosprezo ou discriminação contra a condição da mulher – Quando o crime
resulta da discriminação de gênero, manifestada pela misoginia e pela
objetificação da mulher, geralmente com a presença de violência sexual.