A VTC Operadora de
Logística, empresa que ampliou a sua fatia no orçamento do Ministério da Saúde
durante o período que o atual líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP)
comandou a pasta, está sendo investigada pela CPI da Pandemia.
Segundo
informações do jornal O Globo, nos dois anos de Barros à frente do ministério,
durante a presidência de Michel Temer (MDB), entre maio de 2016 e março de
2018, a VTC faturou R$ 258 milhões com transporte de insumos.
Deste
montante, 98% foram conquistado por meio de contratações com dispensa de
licitação.
Segundo
o portal da Transparência, a empresa começou a fechar negócios com o Ministério
da Saúde em 2009. Daquele ano até 2015, a empresa angariou R$ 152 milhões em
contratos com a pasta, todos por pregão eletrônico - média de R$ 21 mi por ano.
Já
a partir do momento que Barros assume o ministério, em 2016, a pasta fechou
sete contratos com a VTC, num total de R$ 258 milhões — R$ 34 milhões em 2016 e
R$ 223,5 milhões no ano seguinte. O levantamento realizado pela publicação
considerou apenas acordos firmados no período em que Barros comandou a pasta.
Na
época, seis dos sete contratos assinados entre a empresa e o ministério
ocorrera por dispensa de licitação. Eles representam R$ 253 milhões, ou 98% do
total. Barros foi substituído por Gilberto Occhi, também ligado ao PP, no
comando da Saúde do governo Temer.
Na
passagem de Occhi pela pasta, a VTC ganhou mais R$ 178 milhões em contratos,
dos quais R$ 81,7 milhões com dispensa de licitação. No governo Bolsonaro, a
empresa fechou mais um negócio, em 2019. Foram mais R$ 21,9 milhões, desta vez
por meio de pregão eletrônico.
Na
última quarta-feira (7), a CPI da pandemia aprovou a convocação da CEO da VTC,
Andreia Lima, para que preste depoimento aos parlamentares.
Procurado
pela reportagem, Barros negou, por meio de nota, participação em qualquer
irregularidade. Já a VTC disse desconhecer “qualquer vantagem ou aumentos
expressivos em contratos firmados com o ministério em 2016 e 2017”. O
Ministério da Saúde não se pronunciou.