A produção de
leite caprino destinada ao Programa de Aquisição de Alimentos, modalidade
Incentivo à Produção e ao Consumo de Leite (PAA Leite), tem sido um dos
principais instrumentos no enfrentamento à fome e à situação de vulnerabilidade
social das famílias. De janeiro a julho de 2021, o PAA Leite já comprou e
distribuiu mais de 553 mil litros de leite, num investimento de mais de R$ 1,4
milhão.
De acordo com
nutricionistas, o leite de cabra apresenta qualidades nutricionais importantes
e cada vez mais é utilizado no preparo de iogurtes, queijos, doces e outros
produtos. Por meio do programa, executado na Bahia pela Secretaria de Justiça,
Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), o leite produzido é usado
para alimentar de forma nutritiva milhares de crianças, idosos e famílias que
enfrentam insegurança alimentar.
No município
de Valente, a 250 km da capital baiana, fica localizado o Laticínio Dacabra,
que é gerido pela Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da
Região Sisaleira (Apaeb), responsável pelo processamento e entrega do leite
caprino a Valente e outros quatro municípios da região: Santa Luz, Riachão do
Jacuípe, Araci e Monte Santo. Diariamente, o empreendimento é responsável pela
entrega de 2.300 litros de leite destinados às famílias em situação de
vulnerabilidade social e instituições sociais.
O trabalho de
ordenha começa cedo, antes das 4h30 da manhã, para garantir que o leite seja o
melhor possível. O leite é armazenado em tanques de resfriamento e depois
levado pelos produtores ao empreendimento, que é responsável pela checagem da
qualidade, processamento e entrega aos municípios. Ainda nos laticínios, o
leite é embalado, identificado e armazenado em câmaras frias até a
distribuição.
Técnica do
Laticínio Dacabra, Josenivea Oliveira conta que o trabalho junto aos produtores
garante a qualidade do produto. “Eu sou responsável por instruir tecnicamente
os produtores no manejo dos animais, na ordena e no transporte do leite para
assegurar que ele seja entregue com a máxima qualidade possível. No local, nós
realizamos testes para verificar a qualidade e avaliamos a temperatura,
densidade, ácidez, entre outros, para então iniciar o processo de
pasteurização”, conta a profissional, que ressalta a importância de contribuir
para o programa.
“Vejo o PAA
como um fortalecedor da agricultura familiar e do ‘mercado’ que eles
participam. O programa permite o escoamento da produção familiar com preço
justo, gerando emprego e renda, sem contar a importância fundamental para as
famílias que recebem os produtos em suas casas”, afirma Josenivea.
Para o
secretário da SJDHDS, Carlos Martins, o programa fortalece a produção da
agricultura familiar e garante comida na mesa de muitas famílias, tornando-o
indispensável para a proteção social dos brasileiros. “A atuação do PAA e do
PAA Leite, em dois eixos essenciais – compra de agricultores familiares e
doação a famílias mais pobres – é fundamental para garantir a proteção social e
a segurança alimentar dos baianos e baianas. O PAA é um programa que deve ser
cada vez mais fortalecido e potencializado, contando sempre com a participação
dos municípios”, afirma o secretário.
Em 2020,
primeiro ano da pandemia da COVID-19, o PAA foi responsável pela distribuição
de 4,9 milhões de quilos de alimentos e 5,5 milhões de litros de leite (bovino
e caprino). Mais de 213 mil famílias foram beneficiadas por alguma das duas
modalidades em toda a Bahia.
A equipe da
Superintendência de Inclusão e Segurança Alimentar da SJDHDS é a responsável
pela gestão do programa, garantindo que a execução em parceria com as
prefeituras municipais aconteça de forma eficiente e eficaz para o programa e
as famílias que mais precisam.