O Ministério Público da Bahia, ofereceu, nesta quarta-feira (21), denúncia contra os envolvidos na “Operação Casmurro”, que desarticulou organização criminosa estruturada na 13ª Coordenadoria Regional de Interior da Polícia Civil do Estada da Bahia (13ª Coorpin), localizada na cidade de Seabra.
Na denúncia, o MP relatou a participação na organização criminosa
de um delegado de polícia, quatro policiais civis, um agente administrativo e
um empresário local, para a prática dos crimes de tráfico de drogas, associação
para o tráfico, concussão, peculato e obstrução à Justiça.
Além da condenação dos acusados, o MP ainda requereu a perda dos
cargos, funções, empregos ou mandatos eletivos ocupados pelos denunciados, bem
como a proibição de exercício de função ou cargo público pelo prazo de oito
anos subsequentes ao cumprimento das penas, em razão dos crimes praticados com
violação dos deveres para com a Administração Pública.
A “Operação Casmurro”, realizada pelo MP em conjunto com a Força
Tarefa de combate a crimes praticados por policiais civis e militares, da
Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), após a
deflagração de três fases, revelou que a polícia civil de Seabra havia
descoberto, em junho de 2020, uma extensa plantação de maconha na zona rural de
Seabra.
Porém, ao invés de incinerar completamente a droga e erradicar a
plantação, os policiais receberam propina de R$220 mil para permitir a colheita
do restante da droga pelos traficantes e ainda ajudaram a transportá-la dentro
das viaturas da polícia, para armazenamento em propriedade rural do empresário,
até que fossem finalmente enviadas para a cidade de Salvador.
O Ministério Público Estadual também apontou que os denunciados restabeleceram a estrutura para plantio e cultivo de maconha na propriedade rural, mas, após a deflagração da primeira fase da “Operação Casmurro”, realizaram apressada ação policial para “simular a descoberta da ‘recente plantação de maconha’, com o deliberado intuito de apagar as provas e vestígios de que o grupo continuava explorando, no mesmo local, novo plantio de droga”.