O número de pessoas mortas
pela polícia no Brasil em 2020 bateu recorde, sendo o maior já registrado de
toda a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que coleta os
dados desde 2013.
De acordo com
informações divulgadas na última quinta-feira (15) pelo 15º Anuário Brasileiro
de Segurança Pública, que se baseia em informações fornecidas pelas secretarias
de segurança pública estaduais, pelas polícias civis, militares e federal,
entre outras fontes oficiais, foram 6.416 mortos pelas polícias Civil e
Militar, por agentes de folga ou em serviço. O número representa aumento de 1%
na comparação com 2019.
Comparando com
2013, ano em que os números passaram a ser coletados, o crescimento nas mortes
chega a 190%
Negros morrem mais
Mesmo sendo
56,3% da população brasileira, os negros são vítimas de 78,9% das mortes
cometidas por policiais no país. Já os brancos, que totalizam 42,7% da
população, foram vítimas de 20,9% das mortes, percentual semelhante ao de
outros anos.
“A estabilidade
da desigualdade racial inerente à letalidade policial ao longo das últimas
décadas retrata de modo bastante expressivo o déficit de direitos fundamentais
a que está sujeita a população negra no país”, afirma o Anuário.
Mulheres
Um dado
referente às mulheres chama a atenção no 15º Anuário Brasileiro de Segurança
Pública. A maioria das vítimas da letalidade policial é formada por homens, mas
o número de mortes de pessoas do sexo feminino subiu de 0,8% (2019) para 1,6%
(2020).
Concentração de mortes
Conforme o
Anuário, 50 cidades concentram mais da metade (55%) de todas as mortes
cometidas por policiais no ano de 2020. Elas estão distribuídas em 16 unidades
da federação, incluindo suas 16 capitais. O estado do Rio de Janeiro se destaca
com 15 municípios na lista. São Paulo e Bahia possuem 7 municípios cada um. O
Pará tem 5 municípios na relação.