A Receita Federal acusa o deputado federal Ricardo Barros
(PP-PR), líder do governo na Câmara, de ter montado uma “engenharia” com
empresas para simular operações financeiras e não ter comprovado a origem de
depósitos bancários que somam R$ 2,2 milhões, de 2013 a 2015. A informação foi
revelada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a publicação, o fisco impôs ao parlamentar uma
multa de 150% sobre o valor do imposto devido, índice que é aplicado em casos
de sonegação, fraude ou conluio. A cobrança contra Barros, que inclui juros de
mora, totaliza R$ 3,7 milhões.
A investigação da Receita levou à abertura de um inquérito pela
Polícia Federal no qual se levantou a suspeita da prática de lavagem de
dinheiro decorrente de corrupção, ante “o grande volume de valores não
justificados, em sua maioria em espécie, depositados na conta corrente do
investigado”.
Alvo da CPI da Covid em torno de compras de vacinas sob suspeitas, Barros nega ter cometido crimes e diz que é
“mais uma vítima do ativismo político que imperou nos órgãos de fiscalização
nesse período recente”, e afirma que a PF foi “induzida a erro pela Receita,
que simulou uma situação contábil fictícia”.
O paralamentar
passou a ser alvo de apuração após ter sido citado pelo deputado federal Luis
Miranda (DEM-DF).
Em
depoimento à comissão, Miranda e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde
Luis Ricardo, afirmaram ter comunicado Bolsonaro sobre supostas irregularidades
na compra da vacina Covaxin. Ao ouvir o alerta, o presidente teria atribuído o caso a Barros, segundo
Miranda.