Somente no ano de 2020, Sergipe perdeu
aproximadamente uma área do tamanho de 360 campos de futebol em vegetação
nativa da Caatinga, de acordo com dados reunidos pelo Map Biomas Alerta, que
registrou aumento no desmatamento em todos os biomas nacionais.
Focos de
desmatamento foram registrados em 18 dos 38 municípios do estado onde está
presente essa vegetação, são eles: Poço Redondo, Porto da Folha, Monte Alegre
de Sergipe, Gararu, Itabi, Amparo de São Francisco, Telha, Graccho Cardoso,
Nossa Senhora da Glória, Carira, Frei Paulo, Itabaiana, Lagarto, Campo do
Brito, Riachão do Dantas, Poço Verde, Itabaianinha e Tomar do Geru.
Os maiores focos
foram registrados nos municípios de Monte Alegre de Sergipe, com 95,96 de área
devastada, seguido de Itabi com 68,54 hectares, Carira (52,71 hectares) e Campo
do Brito (42,24 hectares).
Esta foi a primeira análise realizada pelo Map
Biomas Alerta, o que impossibilita que esses dados sejam comparados com o
desmatamento registrado em anos anteriores aqui no estado.
Ainda de acordo com o
estudo, mesmo com esse índice de desmatamento, Sergipe foi o estado que
apresentou a menor taxa de ação ilegal entre todos que englobam esse tipo de
bioma. No entanto, levando em consideração a quantidade de vegetação existente
no estado, a taxa passa a ser considerada alta.
Para o biólogo e mestre no
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade
Federal de Sergipe (UFS), Paulo Santana, esse cenário é preocupante já que
Sergipe apresenta baixa densidade de áreas florestais. Segundo ele, os
resultados da pesquisa dão sinal de alerta para a necessidade e urgência de
ações voltadas para o combate ao desmatamento ilegal.
“O efeito do desmatamento
ilegal é preocupante por potencializar a perda da biodiversidade e vegetação,
além de interferir na qualidade das nascentes e proteção dos rios”, enfatizou o
biólogo.
De acordo como Governo do
Estado, a fiscalização para coibir o desmatamento é de competência da
Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) e do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em ação supletiva.
Em nota, o governo informa que a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs) e a Superintendência Especial de Recursos Hídricos em Sergipe (Serhma) coordenam políticas públicas de combate à desertificação, de manejo sustentáveis em terras do semiárido e de mudanças climáticas.