A Petrobras elevará a
gasolina nas refinarias em cerca de 3,5% a partir desta quinta-feira (12),
acompanhando a elevação nos patamares internacionais do petróleo, disse a
companhia nesta quarta-feira (11), confirmando a segunda alta do combustível
fóssil desde a posse de Joaquim Silva e Luna como presidente da estatal em
abril.
Com o avanço, gasolina da
petroleira será vendida às distribuidoras em média por R$ 2,78 por litro, uma
alta de R$ 0,09 por litro.
Em nota à imprensa, a
Petrobras confirmou informação repassada pela empresa a agentes do mercado,
conforme revelou mais cedo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de
Combustíveis).
O preço do
diesel, por sua vez, foi mantido estável. No acumulado do ano, a gasolina da
Petrobras subiu cerca de 51% enquanto o diesel avançou cerca de 40%. Já o
petróleo Brent acumula alta de cerca de 38%.
A Petrobras disse em nota
que "o alinhamento dos preços ao mercado internacional é fundamental para
garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de
desabastecimento".
Além disso, reforçou que a
empresa evita o repasse imediato para os preços internos da volatilidade
externa causada por eventos conjunturais. Antes da gestão Luna, os
reajustes de combustíveis foram mais frequentes, o que desagradou o presidente
Jair Bolsonaro.
"Nossos preços seguem
buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do
valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo", declarou.
O repasse dos reajustes da
Petrobras aos consumidores finais nos postos não é garantido nem imediato e
depende de uma série de questões, como impostos, margens de distribuição e
revenda além de misturas de biocombustíveis.
Defesagens
O presidente da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis),
Sérgio Araújo, disse que apesar do reajuste ainda há defasagens nos preços da
gasolina em alguns portos. No entanto, destacou o esforço da petroleira.
"Vemos que a atual gestão da Petrobras está buscando acompanhar as
variações dos preços no mercado internacional, como deve ser", afirmou.
O tema de alta dos preços dos combustíveis tem sido uma questão polêmica do
governo de Jair Bolsonaro.
Desde que Luna assumiu a
presidência da empresa, em 19 de abril, a estatal havia realizado duas reduções
de preços da gasolina e uma alta, enquanto no diesel houve uma alta e uma queda.
Luna substituiu Roberto
Castello Branco, que deixou a empresa devido a descontentamento de Bolsonaro
com mudanças mais frequentes nas cotações efetuadas pela administração anterior.
Na semana passada, o
diretor-executivo de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, admitiu que
a companhia contribui com o governo sobre as discussões para a formulação de um
fundo de estabilização de preços de derivados e comentou ainda que a
necessidade de ajustes de preços foi reduzida no segundo trimestre devido ao
movimento de cotações do petróleo e do câmbio.
O reajuste anunciado nesta quarta-feira vem no mesmo dia em que o governo
anunciou uma Medida Provisória sobre o mercado de combustíveis,
que visa buscar uma redução de preços, permitindo que produtores ou
importadores de etanol hidratado possam comercializá-lo diretamente com os
postos.
A MP também trata da tutela regulatória da fidelidade à bandeira nos postos de
combustíveis, o que gerou protestos do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP).