O líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo
Barros (PP-PR), é acusado de ter praticado tráfico de influência ilegal em
órgãos municipais e estaduais e ter destinado verba pública de emendas
parlamentares para favorecer empreendimento imobiliário em que ele teria
comissão de 1% dos lotes. As informações são de uma ação que o Ministério
Público Federal no Paraná move contra o parlamentar.
A
investigação do caso do empreendimento imobiliário teve início em fevereiro de
2017, a partir de reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que revelou que
Barros comprou metade de um terreno no valor de R$ 56 milhões apesar de ter
patrimônio de R$ 1,8 milhão declarado à Justiça eleitoral.
À
época, Barros disse que fez um empréstimo de R$ 13 milhões de seu sócio na
transação, a empresa do setor imobiliário Paysage Marialva Empreendimentos,
para bancar a aquisição do imóvel no ano de 2014 em Marialva (PR).
Em
2014, Barros ocupava o cargo de secretário de Indústria e Comércio do Paraná e
foi candidato a deputado federal.
Barros
será ouvido pela CPI da Covid nesta quinta-feira, 12. O deputado passou a ser
alvo da comissão após ter sido citado pelo deputado federal Luis Miranda
(DEM-DF).
Em
depoimento à comissão, Miranda e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde
Luis Ricardo, afirmaram ter comunicado Bolsonaro sobre supostas irregularidades
na compra da vacina Covaxin. Ao ouvir o alerta, o presidente teria atribuído o
caso a Barros, segundo Miranda.
A
ação está sob segredo de Justiça, mas o jornal Folha de S. Paulo acessou
recursos da causa apresentados ao TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª.
Região) que trazem os pontos principais do processo.