A Taxa de desocupação na Bahia, no 2º trimestre de 2021, cedeu um
pouco e ficou em 19,7%. Frente ao 1º trimestre, quando havia atingido o recorde
de 21,3%, o indicador recuou 1,6 ponto percentual. Embora a variação para baixo
não seja estatisticamente significativa, foi a queda mais intensa nessa
comparação desde o início da série histórica da PNADC, em 2012. Com isso,
a Bahia deixou de ter a maior taxa de desocupação do país, mas ainda ficou em
2º lugar, abaixo de Pernambuco (21,6%). A taxa baiana no 2º trimestre foi
também a menor para o estado desde o 1º trimestre de 2020, portanto desde o
início da pandemia da Covid-19.
A taxa de desocupação mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estão desocupadas (não trabalharam, procuraram trabalho e estavam disponíveis para assumir) em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando (pessoas ocupadas) ou procurando (desocupadas). Entre 1º e 2º trimestres, número de trabalhadores avançou 5,1% na Bahia e chegou a 5,4 milhões, maior patamar desde o início da pandemia. Todas as informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE.
O recuo na taxa de desocupação na Bahia se deu principalmente pelo
crescimento na população ocupada, ou seja do número de pessoas que estavam
trabalhando, fosse em ocupações formais ou informais. Entre abril e
junho, 5,395 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade trabalhavam na
Bahia, 5,1% a mais do que no 1o trimestre, o que representou mais 260 mil
trabalhadores nesse período.
O contingente de pessoas ocupadas no estado, no 2º trimestre de 2021
(cerca de 5,4 milhões) foi o maior desde o início da pandemia, no 2º
trimestre de 2020 . Ainda assim, seguia 5,4% menor do que no 1º trimestre de
2020, quando o número de trabalhadores chegava a 5,7 milhões (305 mil a mais).
Do 1º para o 2º trimestre de 2021, além do aumento da ocupação, também
houve tendência de queda na população desocupada na Bahia, ou seja, o número de
pessoas que não estavam trabalhando, procuraram trabalho e estavam disponíveis
para trabalhar se reduziu um pouco. Esse contingente chegou a 1,323
milhão de desocupados no 2º trimestre deste ano, 63 mil a menos que no
trimestre anterior (-4,5%). Ainda assim, estava discretamente acima (0,9%) do
verificado antes da pandemia. No 1º trimestre de 2020, havia 1,311 milhão de
pessoas desocupadas na Bahia (12 mil a menos).
Com o aumento da ocupação e a leve redução na desocupação, também seguiu
em queda o número de pessoas que estavam fora da força, ou seja, que por algum
motivo não estavam trabalhando nem procuraram trabalho.
A população fora da força de trabalho na Bahia ficou em 5,742 milhões no
2º trimestre de 2021, 1,8% menor do que no 1º trimestre (-105 mil pessoas) e
5,4% menor do que no 2º trimestre de 2020 (-325 mil pessoas). Mesmo com essas
reduções, continuava significativamente maior do que a verificada antes da
pandemia (+14,1%), com mais 711 mil pessoas nessa condição, frente ao 1o
trimestre de 2020.
Dentre os que estão fora da força de trabalho, o número de pessoas
desalentadas também seguiu em queda no 2º trimestre de 2021, ficando em 715
mil, o menor contigente de desalentados no estado em 3,5 anos, desde o 4o
trimestre de 2017, quando 663 mil pessoas estavam nessa condição, na Bahia.
A população desalentada é aquela que não está trabalhando nem procurando
trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, não tinha
experiência, era muito jovem ou idosa ou não encontrou trabalho na localidade.
Entretanto, se conseguisse trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
A Bahia tem o maior número absoluto de desalentados do país ao longo de
toda a série da PNAD Continua, desde 2012. No 2º trimestre de 2021, no Brasil,
havia 5,581 milhões de desalentados, contingente que apresentou quedas tanto
frente ao 1o trimestre de 2021 (-6,5% ou -388 mil pessoas) quanto frente ao
2º trimestre de 2020 (-1,8% ou -101 mil pessoas).
Alimentação e alojamento
Na passagem do 1º para o 2º trimestre de 2021, houve aumento do número
de pessoas trabalhando em 8 dos 10 grupamentos de atividade investigados pela
PNADC (excluindo-se as atividades mal definidas). Alojamento e alimentação (+64
mil trabalhadores) e Administração pública, defesa, seguridade social,
educação, saúde humana e serviços sociais (+62 mil) tiveram os saldos mais
positivos, em termos absolutos.
Apenas os segmentos de outros serviços (-40 mil ocupados) e comércio,
reparação de veículos automotores e motocicletas (-6 mil) apresentaram redução
no total de trabalhadores, nessa comparação.
Já em relação ao 2º trimestre de 2020, a administração pública é a única
atividade a mostrar recuo no número de pessoas ocupadas (-78 mil), enquanto
agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (+185 mil
trabalhadores) e, mais uma vez, alojamento e alimentação (+124 mil) têm os
melhores resultados.
A agropecuária é o único setor com resultados positivos no emprego em
todas as comparações e lidera em termos de recuperação, ultrapassando o patamar
de pessoas ocupadas do pré-pandemia, com mais 132 mil trabalhadores do que
registrava no 1º trimestre de 2020. Além dessa atividade, apenas transporte,
armazenagem e correio tem saldo positivo nesse confronto (+38 mil trabalhadores
do que havia no 1º tri/20).
Por outro lado, os outros serviços (-91 mil trabalhadores) e os serviços
domésticos (-84 mil) apresentam as maiores perdas de trabalhadores ao longo da
pandemia, em termos absolutos e percentualmente.
Rendimento médio
No 2o trimestre de 2021, o rendimento médio real (descontados os efeitos
da inflação) mensal habitualmente recebido por todos os trabalhos na Bahia
ficou em R$ 1.675. Foi o 4o mais baixo entre as 27 unidades da Federação, acima
apenas dos registrados no Maranhão (R$ 1.478), Piauí (R$ 1.508) e Alagoas (R$ 1.652).
O valor mostrou aumento frente ao do 1o trimestre de 2021, que havia
sido de R$ 1.628 (mais R$ 47 ou +2,9%), mas recuou na comparação com o 2º
trimestre de 2020, que havia sido de R$ 1.902 (menos R$ 227 ou -11,9%).
Com os aumentos no número de trabalhadores e no rendimento médio, a
massa de rendimento real habitual de todos os trabalhos, na Bahia, também
avançou e ficou em R$ 8,564 bilhões no 2º trimestre deste ano.
Aumentou 7,6% em relação ao trimestre anterior (quando havia sido de R$
8,041 bilhões, em valores corrigidos), mas ainda ficou 3,8% menor do que um ano
atrás (no 2º trimestre de 2020), quando havia sido de R$ 8,991 bilhões.
A massa de rendimento é a soma dos rendimentos de trabalho de todas as
pessoas ocupadas. Indica o volume de dinheiro em circulação. (Bahia de Valor)