A Executiva Nacional do Democratas aprovou por unanimidade na
noite desta terça-feira a fusão com o PSL. Foram 41 votos favoráveis e nenhum
contrário. A decisão, agora, será submetida a uma convenção nacional, mas
difícil que seja revista. Os discursos foram inflamados a favor da composição
com o ex-partido de Jair Bolsonaro e o tom dado pela cúpula de ambos os
partidos é de viabilizar uma terceira via para disputar a presidência da
República.
Dois ministros do governo
— Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Tereza Cristina (Agricultura) — compareceram e
votaram a favor. Os dois são postulantes a disputar o governo de seus
respectivos estados. Participaram do encontro o presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (DEM-MG), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o ex-ministro da
Saúde Luiz Henrique Mandetta.
Durante os discursos, Caiado atacou a oposição e disse que
ninguém tem mais experiência do que ele para enfrentar a esquerda, seus
adversários políticos desde 1985. Mas o governador, que é aliado de Bolsonaro,
sinalizou a necessidade de se criar outra via.
— A sociedade procura
alternativa que dê paz. Me preocupa esse processo inflacionário. Em 2022 será
outro tempo, outro momento. Peço a todos unanimidade (na votação) — disse
Caiado, que foi atendido pelos correligionários.
Mandetta saiu entusiasmado do encontro e falou abertamente que a
fusão do DEM com o PSL é uma grande oportunidade de se criar a terceira via.
— Aumenta o grupo político, o tempo de TV, fundo partidário,
palanques regionais. Sim, muita chance de viabilizar a terceira via — disse
Mandetta.
O presidente da legenda aposta que essa fusão será uma
alternativa para a disputa presidencial.
— A nossa ideia para 2022 é que o partido tenha papel decisivo
nas eleições, inclusive na sucessão presidencial. Entendemos que esse partido
surgirá como importante agremiação na construção do projeto de 2022. Mas não
posso antecipar projeto nacional antes de o projeto de fusão estar consolidado
é definido — disse ACM Neto.
Se confirmada a fusão, será criado um novo partido, que terá
outro nome. Os dirigentes estudam contratar uma empresa de marketing para
definir o nome do partido a ser criado.
Pacheco considerou a reunião muito boa e foi favorável a fusão.
— Considero algo importante para o DEM e também para o
PSL, que somam esforços nesse ambiente de união para o Brasil.
Tereza Cristina, aliada de Bolsonaro, foi questionada se a fusão
viabilizar uma terceira via.
— Aí é outro passo — respondeu a ministra.