O Consórcio Nordeste, em ofício assinado pelo seu novo presidente, o
governador de Pernambuco, Paulo Câmara, cobrou ao Ministério da Saúde a compra urgente da CoronaVac para a vacinação infantil.
O documento foi enviado ao ministro Marcelo Queiroga nessa quinta-feira (20), dia em que a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial
do imunizante produzido pelo Institituto Butantan no Brasil para a aplicação em
adolescentes de 6 a 17 anos.
"É
incontornável a urgência de completarmos a vacinação de crianças e adolescentes no
Brasil. Neste momento de severo agravamento do número de casos
em decorrência da variante ômicron, [...] peço que o Ministério da Saúde
realize compra das referidas vacinas já disponíveis no Instituto Butantan e
proceda a distribuição entre os Estados conforme o Plano Nacional de
Imunização", diz trecho do documento assinado por Câmara.
O presidente do Consórcio ressalta ainda que
tal compra faz parte das "atribuições deste ministério".
"Fazemos tal pedido como decorrência do compromisso na busca de soluções
para a erradicação de tão terrível pandemia", completa o governador de
Pernambuco.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), o Estado aguarda o Ministério da
Saúde incluir a CoronaVac no Plano Nacional de Operacionalização (PNO) para
utilizar a vacina na imunização do público infantil. Há cerca de 150 mil doses
da CoronaVac nos
estoques dos municípios que poderão ser destinadas para a aplicação em
crianças.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do
Ministério da Saúde para pedir um posicionamento em relação ao ofício enviado
pelo Consórcio Nordeste, mas não recebeu retorno até a
publicação deste texto.
1 milhão de doses por dia
Em nota
divulgada na quinta-feira, o Butantan informou que "tem alta capacidade de fornecimento
de mais doses se houver demanda" e cerca de 15 milhões de doses já
disponíveis. O instituto alegou que possui capacidade para produzir 1 milhão de
doses da CoronaVac diariamente.
"Se houver novos contratos, estamos absolutamente preparados para atender,
podemos entregar 10 milhões de doses em um prazo de uma semana a dez dias. Nós
já fornecemos aos estados, como São Paulo, e estamos disponíveis para
atendimento”, ressaltou o presidente do Butantan, Dimas Covas.