O atacante Robinho, de 37 anos, e seu amigo Ricardo Falco
foram condenados em última instância pela Justiça da Itália por violência
sexual nesta quarta-feira (19).
A Corte de Cassação de Roma negou recurso apresentados pelos réus e confirmou as
condenações das instâncias inferiores, que tinham sentenciado o jogador
brasileiro e seu amigo, cada um, a nove anos de prisão.
Robinho e
outros quatro brasileiros acusados participaram do estupro,
agora confirmado em todas as instâncias do Judiciário italiano, de uma jovem de
origem albanesa em uma boate na cidade de Milão, em 2013.
A condenação foi confirmada à CNN pela agente
esportiva do jogador, Marisa Alija, e pelo advogado da vítima, Jacopo Gnocchi.
A acusação utilizou áudio gravado a partir
de uma escuta instalada em um carro, que flagrou uma conversa entre Robinho e
seus amigos, o que possibilitou confirmar a versão da vítima sobre o estupro
coletivo.
Mesmo com a condenação, Robinho, que está no Brasil, não poderá ser
extraditado, já que a lei não permite a extradição de brasileiros.
A justiça italiana pode recorrer à Polícia Internacional (Interpol) para
prender o jogador caso ele viaje ao exterior.
Robinho foi condenado em segunda instância no dia 10 de dezembro de 2020.
À época, a defesa de Robinho afirmou que, “neste, como em muitos
processos deste tipo, o perigo real é confundir direito com moral” e alegou que
a relação dos acusados com a vítima foi consensual.
Procuradas pela CNN, as defesas de
Robinho e da vítima ainda não tinham comentários sobre a condenação em última
instância.
Carreira do
jogador
Revelado pelo Santos no começo dos anos 2000, Robinho chegou a ser um dos
principais nomes da seleção brasileira e foi convocado para Copa do Mundo em
2006, quando já defendia o Real Madrid.
Na Europa, defendeu também o Manchester City e o Milan, além de ter
jogado algumas temporadas na Turquia.
Robinho estava sem clube desde outubro de 2020, quando chegou a assinar
um contrato com o Santos depois de já ter sido condenado em primeira instância.
A sentença foi emitida em 2017.
O acordo entre Santos e Robinho foi desfeito em seguida com a pressão dos
patrocinadores.
Presidente do clube à época, Orlando Rollo disse que o acordo foi rompido
porque o Santos não tinha condições financeiras de pagar, e não mencionou a
condenção como um dos fatores.
“Hoje, o Santos não tem condições. Se o Robinho viesse de graça, é óbvio
[que contrataríamos]”, disse Rollo.
Com informações de Diego Bertozzi, da CNN