O advogado pernambucano João Arnaldo Novaes, pré-candidato ao governo do estado pelo PSol, entrou, nesta segunda-feira (7/2), com notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por causa de declarações sobre os nordestinos durante a live semanal, na última quinta-feira (3/2).
A ação pede que o conteúdo cujo presidente chama nordestinos de “pau de arara” seja
removido.
Na mesma ação, o autor destaca a reincidência de Bolsonaro, ao recordar ofensas
feitas contra governadores nordestinos, chamados de “paraíbas”,
durante vazamento de áudio de uma transmissão ao vivo em julho de 2019.
A ação ocorre
um dia antes de Bolsonaro iniciar uma tour pelo Nordeste visando
diminuir a rejeição na região. O mandatário desembarca, nesta terça-feira
(8/2), em Salgueiro, no sertão de Pernambuco. Ele passa ainda por Ceará e Rio
Grande do Norte e avalia ida à Paraíba.
O chefe
do Executivo federal usou a expressão durante a live semanal da última
quinta-feira. Ao falar sobre a revogação de decretos de luto oficial, Bolsonaro
errou o local de nascimento de Padre Cícero, religioso venerado no Nordeste, e,
ao comentar com assessores, os chamou de “pau de arara”, expressão considerada
pejorativa.
“Falaram que eu revoguei o luto de Padre Cícero. Lá do Pernambuco, é
isso mesmo? Que cidade fica lá? Cheio de pau de arara aqui e não sabem em que
cidade fica Padre Cícero, pô? Juazeiro do Norte, parabéns aí. Ceará, desculpa
aí”, disse o presidente.
Padre Cícero (1844-1934), na verdade, nasceu no Ceará e, entre os decretos revogados por ele, não consta do sacerdote.