O governador
evitou, porém, garantir que estará na disputa pelo Palácio Piratini. E
lembrou em sua discurso como a sua posição contra a reeleição ajudou a garantir
o apoio para implantar medidas que mudaram a situação financeira do estado:
"Não vou me
omitir nesse processo eleitoral (no Rio Grande do Sul). Não sei se será como
candidato, mas tenho certeza que vou participar como uma liderança".
Na semana
passada, Leite participou de uma reunião em Brasília com as presenças do
deputado Aécio Neves (MG), do senador Tasso Jereissati (CE), do senador José
Aníbal (SP) e de Pimenta da Veiga, ex-ministro do governo Fernando Henrique
Cardoso, em que foi discutida as dificuldades da pré-candidatura de Doria a
presidente.
Em seu
discurso no sábado, o governador gáucho, que foi derrotado nas prévias do PSDB,
reafirmou que lideranças do partido têm legitimidade para fazer questionamentos
aos rumos da campanha do presidenciável escolhido.
"A gente
respeita as prévias, houve um vencedor, mas temos um partido, ao qual eu sou
filiado há mais de 20 anos, e me sinto no direito de fazer questionamentos e de
pedir que se apresentem os caminhos do PSDB na eleição", afirmou.
'Jamais sairei do PSDB'
Durante o jantar da
semana passada, um dos temas citados foi a sondagem que o PSD tem feito ao
governador gaúcho para que ele mude de partido e dispute a Presidência. Leite
se encontrou três vezes, desde dezembro, com o presidente do PSD, Gilberto
Kassab. Ao discursar aos militantes tucanos, porém, o governador descartou
deixar o PSDB.
"Quero dizer
para vocês que não precisam pedir para eu ficar, porque eu jamais sairei. Não
precisam me pedir para não parar, porque eu não vou parar", afirmou.
Por outro lado,
segundo pessoas próximas, Leite se animou com a notícia divulgada na semana
passada de que os aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) consideram que o
seu nome tem potencial para suplantar os demais presidenciáveis da terceira via
e ameaçar a ida do mandatário ao segundo turno.
Pelos prazos
legais, se decidir concorrer a presidente, Leite precisa se filiar a um novo
partido e renunciar ao cargo de governador até 2 de abril. Após ser derrotado
nas prévias tucanas, Leite tinha o plano de completar o seu mandato no governo
gaúcho no fim do ano e passar um período sem ocupar cargos públicos.
Aliados de Doria
tentaram mostrar otimismo em relação à união do partido para a eleição.
"Não tenho
dúvida de que o PSDB encontrará o caminho de união e convergência, tão
importante como alternativa para nosso país. Esse tem sido o pilar
fundamental de construção da candidatura de João Doria à Presidência da
República", disse Marco Vinholi, presidente do PSDB de São Paulo e
secretário de Desenvolvimento Regional do governo paulista.