Um grupo de deputados e
lideranças petistas na Bahia organiza para a próxima segunda-feira (28), em
Salvador, um ato político, que vem sendo chamado internamente de “plenária da
reação”, para defender uma candidatura própria do partido na sucessão do
governador Rui Costa (PT).
A ideia é
reverter a configuração da chapa majoritária que se formou nos últimos sem a
presença do senador Jaques Wagner (PT), que, na avaliação do grupo, é o único
nome capaz de unificar todos os polos da base governista.
A reação é porque eles não
gostaram, sobretudo, do tom do anúncio da retirada do senador e menos ainda da
conformação da chapa.
Nesta quinta-feira
(24), diante da desistência de Wagner, o senador Otto Alencar (PSD) – após
consultar a bancada pessedista de federais baianos – sacramentou a ideia de ser
candidato a governador. E já teria, inclusive, comunicado a decisão ao
governador Rui Costa.
O movimento, articulado
por deputados federais, quer reunir o máximo de prefeitos e aliados que
defendem a candidatura de Wagner, de modo que o encontro tenha expressão tal
como se vê em convenção de majoritária.
Nas palavras de
um interlocutor, o objetivo da plenária “é mesmo criar o problema para
constranger Wagner a mudar de ideia”. Os petistas não descartam, contudo,
procurar outro nome caso o ex-governador se mostre inflexível.
Uma das vozes que já
externaram inconformidade foi o deputado federal Jorge Solla (PT). Em nota
enviada à imprensa nesta sexta-feira (25), o parlamentar "desautorizou" o
lançamento de Otto Alencar como candidato do grupo.
"Diante a
divulgação na imprensa de formulações e montagens de chapa à eleição estadual
na Bahia, declaramos que não reconhecemos nenhuma decisão que não passe pelas
devidas instâncias partidárias. O órgão máximo de definição da tática eleitoral
é o encontro partidário", afirma.
Vereadora pelo
PT em Salvador, Maria Marighella também disse não aceitar a composição feita
sem diálogo.
"Não autorizamos que essa seja a nossa chapa. Queremos questionar para revertê-la. Não acatamos essa decisão como nossa. Por enquanto, estamos reinvindicando participação e diálogo. Queremos participar. Se vai haver adesão, reposicionamento do partido é outra questão e ainda é cedo para falar. Não reconhecemos essa chapa como oficial para o PT assumir como sua", reagiu.