Fora da cena política há
pelo menos cinco anos, Geddel Vieira Lima (MDB)
ressurgiu nesta quarta-feira ao abençoar o apoio da legenda ao pré-candidato do
PT na Bahia, Jerônimo Rodrigues — o
emedebista Geraldo Júnior, presidente da
Câmara de Vereadores de Salvador, terá a vice na chapa do petista.
Também participaram do encontro na sede do MDB baiano os
senadores Otto Alencar (PSD) e Jaques
Wagner (PT). Ambos foram cotados para disputar o governo,
mas decidiram seguir no Congresso — Otto tentará a reeleição e
Jaques permanece no mandato até 2027.
O enlace com o MDB é considerado uma ofensiva do
PT, que, após deslize de Wagner, perdeu o apoio do PP no estado — um de seus
principais aliados e partido do vice do atual governador Rui
Costa. Em entrevista a uma rádio há duas semanas, o senador
petista declarou que Rui Costa permaneceria no mandato até o final, o que
irritou o vice João Leão, que tinha a expectativa de assumir o Executivo e, em
retaliação, acabou declarando apoio à candidatura de ACM
Neto.
Durante o ato desta quarta, a palavra foi dada a Geraldo Júnior,
que antes de começar a fala perguntou:
“Geddel tá aí, não?”.
Diante da negativa, ele comentou que o correligionário estava
“escondido” e pediu que Geddel fosse chamado. Foi informado, então, que ele
havia saído.
O ex-ministro foi condenado em 2019 a 14 anos e dez meses de
prisão por lavagem de dinheiro no caso dos 51
milhões de reais encontrados pela PF em caixas e malas
dentro de um apartamento em Salvador, dois anos antes. Em fevereiro deste ano,
o ministro Edson Fachin, do STF, concedeu liberdade condicional a Geddel por
bom comportamento.