Uma
empresária denuncia ter sofrido violência física e psicológica por quase dois
anos do ex-companheiro, na cidade de Alagoinhas, a 120 km de Serrinha. O
suspeito foi preso em flagrante na última terça-feira (12). A Polícia Civil
descobriu que o suspeito tem passagens por falsificação e porte ilegal de armas.
As
agressões contra Carla Martins começaram no final de 2020, quando a empresária
conheceu o agora ex-companheiro em aplicativo de relacionamento. Ela conta que
no começo, tinha tudo para ser uma bela historia de amor. "Foi tudo muito
bonito, muito encantador, era um homem muito educado, um homem de boa
referência familiar", disse a empresária.
A
empresária afirmou ainda que o suspeito era uma pessoa encantadora e educada.
Os dois se conheceram pessoalmente em Salvador e decidiram morar juntos, mas
três meses depois que assumiram a relação, a vida da empresária se transformou
em um pesadelo. Clara Martins afirmou que passou a ser vítima de castigos,
tortura, violência sexual e psicológica.
Ela
conta que até sofreu um aborto espontâneo por causa das agressões. "Eu já
passei por todas as torturas conhecidas, de ser amarrada, joelho, boca, o meu
fêmur é afundado de tanto cabo de vassoura e perdi uma criança nesse meio
tempo", contou Clara Martins.
Os
filhos da empresária, frutos de um outro relacionamentos, também sofreram
violência física por parte do ex-companheiro dela. Por causa da situação, Clara
Martins perdeu a guarda das crianças.
De
acordo com ela, o agressor chegou a utilizar facas e uma espada para
espancá-la. A vítima teve um dedo quebrado e foi socorrida por vizinhos do condomínio
em que morava no município de Alagoinhas. "Eu tinha medo de que ele
poderia fazer com as pessoas, porque ele poderia fazer comigo, principalmente
meus filhos", afirmou.
Além
das agressões físicas, a vítima passou a se ver em situação de cárcere psicológico,
que é quando o agressor usa do afeto, para controlar o outro. A empresária diz
que esqueceu de si mesma, para viver em função do ex-companheiro.
Além da dependência afetiva, a vítima também teve
medo de denunciar, sofreu em silêncio e não dividiu com ninguém a situação que
enfrentava. Atualmente ela está em uma casa de apoio e diz que vai usar a
própria história para ajudar outras mulheres vítimas da violência.
"Hoje
eu sou uma pessoa esclarecida, que tenho compromisso com as mulheres. Eu só peço
a vocês e a sociedade que divulguem que existe a saída", disse a
empresária.