No primeiro ato de
pré-campanha em Pernambuco, o ex-presidente Lula (PT) enfrentou saia-justa ao
presenciar vaias a nomes aliados do PSB, partido de seu vice, Geraldo Alckmin.
O
governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) e o prefeito de Recife, João Campos
(PSB), foram hostilizados. O deputado Danilo Cabral, pré-candidato ao governo,
foi rejeitado por apoiadores da deputada Marília Arraes (Solidariedade),
adversária dele na disputa.
Cabral
minimizou as vaias e disse que o ato de hoje serve também para “defender o
direto ao diferente, à liberdade das pessoas”, mas alfinetou a opositora ao
final.
“Aqui
não tem ajuntamento de projetos pessoais e de ressentidos. Aqui tem um projeto
político, aqui tem um time que tá entrando em campo e tem uma história. Aprendi
na política que as pessoas têm que ter lado, têm que saber o lado certo da
história”, disse.
A
militância petista pró-Marília compareceu ao evento de Garanhuns mesmo sem a
presença da pré-candidata. Segundo aliados da deputada, avaliação é de que
evitar confronto agora pode lhe render um gesto de aproximação de Lula durante
o período oficial de campanha.
Dirigentes
petistas no estado informaram à reportagem que não houve orientação para
impedir a entrada de apoiadores da deputada nem coibir manifestações em favor
dela.
A
vereadora Fany Bernal, no entanto, acusou o PT de barrá-la na área reservada a
políticos e parlamentares por ser apoiadora de Marília Arraes. Ela foi expulsa
do PT recentemente num movimento para estancar a dissidência petista em apoio a
Arraes.
“Acredito
que as pessoas que se acham donas de Lula, dos eventos que Lula acabaram
esquecendo que essa guerra contra o bolsonarismo é de todos”, disse.
A
pré-candidata ao Senado, Teresa Leitão, cometeu uma gafe ao saudar a vereadora
Marília Ferro (PT), parte de um mandato coletivo com Bernal, que ficou de fora
do evento. “Marília A…” disse, antes de se corrigir.
Marília
tem causado desconforto no PSB por já ter furado bloqueio de outros eventos e
posado para fotos com o ex-presidente. Primeira colocada nas pesquisas, Marília
Arraes deixou o PT e migrou para o Solidariedade, após acusar o então partido
de usá-la como massa de manobra ao indicá-la ao Senado sem seu consentimento.