A Polícia Federal deflagrou
nesta quarta-feira uma operação para apurar suspeitas de fraudes em contratos
da empreiteira Construservice com a Codevasf, comandada pelo centrão.
Relembre:
Órgãos sob controle do Centrão turbinam distribuição de caixas d'água, com
critérios políticos e suspeita de superfaturamento Orçamento secreto: CGU
aponta sobrepreço de R$ 3 milhões em máquinas agrícolas compradas pela Codevasf
A
operação prendeu temporariamente um empresário apontado pelas investigações
como sócio oculto da empreiteira e cumpre busca e apreensão na superintendência
do Maranhão da Codevasf, alvo das suspeitas, além de outros alvos. No total,
foram cumpridos 16 mandados de busca e um de prisão temporária. Os crimes sob
investigação são fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e associação
criminosa.
As
diligências são conduzidas pela PF do Maranhão, após autorização da 1ª Vara
Federal de São Luís. A operação foi batizada de Odoacro, em referência ao
sobrenome de um soldado italiano que liderou uma revolta para dar fim ao
Império Romano --um dos alvos era conhecido pela alcunha de
"Imperador".
A
empreiteira alvo da operação executa diversas obras da Codevasf em municípios
do estado. A investigação da PF detectou a existência de falhas graves nas
licitações dessas obras. Os indícios obtidos apontam que empresas de fachadas
ligadas ao grupo empresarial sob investigação eram criadas para simular a
disputa dos contratos, que acabavam ficando com a empreiteira principal do
grupo.
A
Codevasf, empresa pública vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR),
foi um dos principais órgãos do governo abastecido com verbas do orçamento
secreto. Parlamentares indicaram repasses aos estados usando as chamadas
"emendas de relator", que impedem a identificação do autor das
emendas. O Supremo Tribunal Federal (STF) já ordenou ao Congresso Nacional a
definição de uma maior transparência na sistemática.