O Ministério Público de Minas Gerais divulgou nesta terça-feira (20) a prisão do líder de um grupo criminoso que atuava há mais de 20 anos na exploração do jogo do bicho, agiotagem e lavagem de dinheiro. O homem foi encontrado em Montes Claros.
Segundo o MPMG, ele e outras 20 pessoas foram denunciadas em agosto de
2024. A denúncia é resultante da operação Provérbios 13:11, realizada em
dezembro de 2023 pela 9 Promotoria de Justiça e pelo Gaeco.
Conforme o MP, a denúncia inclui diversas acusações em crimes como
organização criminosa, lavagem de dinheiro em mais de 300 ocasiões e exploração
reiterada do jogo do bicho. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais aceitou a
denúncia do MPMG em 19 de agosto deste ano, quando foi decretada a prisão
preventiva do líder do grupo.
"Além da prisão preventiva do chefe do grupo, realizada pela PMMG,
também foi apreendido o telefone de um dos integrantes da organização, que é
suspeito de, sob ordens do líder, ter destruído provas que poderiam
incriminá-los em outros crimes", destacou o MP.
Sobre a operação
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Militar
desencadearam em 1 de agosto de 2023 uma operação de combate ao jogo do bicho,
agiotagem e lavagem de dinheiro no Norte de Minas.
Ao todo, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 65 pontos nas
cidades de Montes Claros, Januária e Brasília de Minas. A ação apreendeu
dinheiro, joias e máquinas de cartão de crédito. A justiça determinou, também,
a indisponibilidade de bens no valor de R$ 16.872.252,61.
Segundo o MP, a operação denominada “Provérbios 13:11” visa a
desarticulação de organizações criminosas em Montes Claros e região.
“Atuavam de forma coordenada para ocultar ou dissimular a origem de
bens, direitos e valores provenientes de diversas infrações penais, tais como
agiotagem, falsidade documental e exploração ilegal de jogos de azar. As
investigações identificaram a existência de núcleos criminosos autônomos, mas
que atuavam de forma associada e conexa”, explicou a nota enviada à imprensa.
Ainda segundo o MP, os principais integrantes de cada núcleo prestavam
auxílio aos demais, decidindo sobre questões relacionadas à obtenção de lucro e
divisão dos prejuízos.
“Algumas das organizações criminosas investigadas exploravam os jogos de
azar há quase meio século na cidade de Montes Claros e região.”
A operação contou com a participação de seis promotores de Justiça, dois
servidores do MPMG, 198 policiais militares, quatro policiais civis e 2
policiais penais. Também contou com o apoio da Corregedoria-Geral da Polícia
Civil, por intermédio do Núcleo Correcional, 11º Departamento, e ainda as
Unidades Regionais dos GAECOs de Montes Claros, Juiz de Fora, Paracatu, Patos
de Minas e Uberlândia.
O nome faz referência ao versículo bíblico “Provérbios, 13:11” diz sobre
a importância da legalidade e da moralidade na aquisição de riqueza.