O ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) volta, nesta sexta-feira (6), ao cruzamento das ruas Batista de
Oliveira e Halfeld, na região central de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.
O local entrou para a história da política brasileira quando, em 6 de setembro
de 2018, o então deputado federal sofreu
um atentado durante uma caminhada em meio à campanha eleitoral para
a Presidência da República.
O objetivo do
compromisso, como disse o próprio Bolsonaro, é marcar o “aniversário” de seis
anos da facada. Naquele dia, há seis anos, enquanto era erguido por um apoiador
em meio a uma rua lotada, o ex-capitão do Exército foi esfaqueado no abdômen
por uma pessoa, que foi contida por populares e levada a uma delegacia.
O autor do atentado foi
identificado como Adélio Bispo de Oliveira, que foi filiado ao PSOL mas não
tinha histórico de militância partidária, segundo integrantes da legenda. Uma
investigação conduzida pela Polícia Federal concluiu que ele agiu sozinho e Adélio
teve a prisão preventiva convertida em internação
na ala psiquiátrica da penitenciária de segurança máxima de Campo
Grande. Mais tarde, foi declarado inimputável, ou seja, impossibilitado de ser
preso.
Em 2024, Bolsonaro
volta ao local junto com sua esposa, Michelle Bolsonaro, para pedir votos a seu
candidato na cidade, Charlles Evangelista (PL). O ex-deputado federal disputa o
cargo de prefeito em Juiz de Fora contra a atual prefeita, Margarida Salomão
(PT).
Durante evento em
Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (5) —
onde o PL também enfrenta uma prefeita do PT — Bolsonaro
deu o tom da campanha de seus candidatos e citou o episódio da
facada.
“Onde há PT não existe
liberdade, amor, fraternidade, oportunidade de emprego. Onde tem PT tem
desgraça, fome, miséria. Querem saber se uma cidade tem futuro ou não? Conte
quantos vereadores do PT têm neste município”, afirmou ao lado do candidato
Junio Amaral, do deputado federal Nikolas Ferreira e do candidato do PL à
Prefeitura de Belo Horizonte, Bruno Engler.
“Quem vota no PT odeia
a família brasileira. Quem me esfaqueou no dia 6 de setembro foi um filiado ao
PSOL, partido satélite do PT. É sempre assim, as pessoas de dirieta sofrem
atentados, como Donald Trump”, disse em referência ao ataque sofrido pelo candidato
à Presidência dos Estados Unidos durante um comício na Pensilvânia, em julho
deste ano.
Facada mudou história
da campanha
O atentado sofrido pelo
então candidato Jair Bolsonaro mudou o rumo das eleições presidenciais em 2018.
Naquele ano, com a prisão do hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
Bolsonaro se filiou ao PSL e disputou o pleito contra o hoje ministro da Fazenda,
Fernando Haddad. Também participaram daquela campanha nomes como Ciro Gomes,
Álvaro Dias, Geraldo Alckmin, Guilherme Boulos, Henrique Meirelles, João
Amoêdo, Marina Silva, dentre outros.
Lula era o candidato
oficial do PT até o dia 31 de agosto, quando o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) indeferiu seu registro por conta da Lei da Ficha Limpa, já que o petista
havia sido condenado em duas instâncias por órgãos colegiados na Justiça. Naquela
altura, Lula aparecia à frente de Bolsonaro em todas as pesquisas. Levantamento
do Datafolha feito entre os dias 20 e 21 de agosto daquele ano apontava Lula
com 39% das intenções de voto e, Bolsonaro, com 19%.
Após a substituição por
Haddad e atentado a Bolsonaro uma semana depois, o candidato do PSL foi subindo
pouco a pouco nas pesquisas, mesmo impossibilitado de fazer campanha eleitoral
(já que estava internado na Santa Casa de Juiz de Fora e, mais tarde, no Albert
Einstein, em São Paulo) e graças a uma grande exposição midiática.
No primeiro turno, as urnas eletrônicas apontaram vitória de Bolsonaro com 46,03% dos votos válidos contra 29,28% de Haddad. No segundo turno, o ex-capitão do Exército foi eleito com 55,13% dos votos contra 44,87% do petista.