A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Paraná
(MP-PR) contra o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Sandro RodriguesGeraldo, lotado em Maringá, no norte do Paraná, por assédio sexual
praticado com uma subordinada durante o trabalho.
Os assédios ocorreram entre abril de 2022 a julho de 2023 por mensagem de aplicativo de celular e de bilhetes escritos à mão. O réu está afastado da função desde setembro de 2023.
A defesa de Sandro, Effrey Chiquini, disse que a
acusação é "caluniosa" e que ocorreu depois que o tenente-coronel
pediu providências contra "supostos atos de desacato" e
"desobediência" por parte da vítima.
A decisão expedida pelo juiz Leandro Leite Carvalho
Campos cita que o réu responda por assédio sexual praticado por, pelo menos,
seis vezes, e por prevaricação, por praticar contra disposição legal com o
proposito de satisfazer interesse pessoal.
Denúncia foi oferecida pelo MP, na quarta-feira (28), pela 1ª Promotoria
de Justiça Junto à Auditoria Militar Estadual e deve ser julgada pela Justiça
Militar.
A promotoria apontou que o investigado enviava as mensagens sugerindo o
término do relacionamento com o então noivo da vítima, além de impor relação
amorosa com a militar.
Entre as mensagens enviadas à vítima, Sandro coagia a mulher para que não engravidasse, sob ameaça de prejuízos na carreira na corporação.
Veja as mensagens abaixo.
A defesa da vítima, Luciano Mazeto Barbosa, disse que a subordinada denunciou o caso para o comando da corporação, que não foi tomada providência no primeiro momento, depois, fez a denúncia formal no Ministério Público do paraná (MP-PR).
Em nota, o Corpo de Bombeiros disse que recebeu a denúncia na época e
foi aberto um Inquérito Policial Militar (IPM), depois encaminhado MP-PR.
Disse ainda que tomou conhecimento da decisão da Justiça nesta
quarta-feira (13).
Mensagens enviadas
Entre as mensagens enviadas pelo tenente-coronel para a militar, mostra um pé feminino, uma taça de vinho e ele ao fundo deitado em uma cama com roupas íntimas.
Veja a foto a seguir anexada ao processo.
Durante o processo, Sandro Rodrigues Geraldo citou acabar com o
casamento entre a militar o marido, além de sugerir que a subordinada não
engravidasse.
"Vamos acabar com esse casamento, porque bombeiro é bombeiro",
cita o trecho.
"...não se delongar no afastamento e voltar grávida para não ficar afastada, pois estavam em poucos oficiais... ela deveria tomar cuidado para não engravidar", cita.
"A regra é clara: quando vem muito bonitinha, dá muito
trabalho", cita o documento.
Em outro momento, Sandro encaminhou um link da internet mostrando o relacionamento entre três pessoas dizendo "O loco!! Meu sonho de consumo. Isto que é felicidade".
Mau desempenho
Conforme a promotora do caso, Silvia Leme Corrêa, a conduta do suspeito
teria prejudicado o desempenho profissional durante o trabalho.
“Passou a recusar-se a falar com ela sobre assuntos profissionais e a cumprimentá-la; a desviar o olhar quando se deparava com ela no posto militar; a desautorizar o deslocamento da vítima para outra cidade e a fruição de folgas por ela”, disse.
Nas conversas entre o acusado e a vítima, Sandro ameaçava transferir a militar para Campo Mourão, na volta da licença maternidade.