A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) anunciou que vai
manter a vazão de 4.000 metros cúbicos por segundo (m³/s) a partir do
Reservatório de Sobradinho, na Bahia,
o Rio São
Francisco.
De acordo com anúncio feito nesta segunda-feira (24), o volume de saída
de água da barragem será mantido pelo menos até 1º de fevereiro, quando haverá
outra avaliação e divulgação das vazões que serão praticadas.
A operação especial de controle de cheia do rio desde o dia 12 de
janeiro, com aumento programado e gradativo da vazão. Desde então, a estatal
vem mantendo diálogo com prefeituras, defesas civis, associações, Comitê da
Bacia Hidrográfica do São Francisco e outras entidades, para atuação desses
órgão quanto a ações de prevenção e orientação dos usuários.
A Chesf ressaltou que a operação é necessária mediante condição de cheia
declarada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em articulação com
a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA),
provocada pelas fortes chuvas ocorridas em Minas Gerais.
“Estamos permanentemente avaliando a situação hidrológica e qualquer
alteração de vazão será informada com antecedência, como temos feito. Os
reservatórios que temos ao longo do São Francisco permitem um controle do nível
do rio, acumulando água. Entretanto, o período úmido do rio se estende até abril”,
explicou o diretor João Henrique Franklin.
“Neste momento, não há sinalização de que haverá nova elevação da vazão
além dos 4.000 m³/s”, acrescentou o diretor.
A Chesf emitiu alertas para que as autoridades competentes pudessem
tomar medidas preventivas para casos de possíveis inundações e, também, para
orientação de todos os usuários.
Na carta enviada às prefeituras e usuários cadastrados, a Companhia não
afasta a hipótese de ter de praticar vazão maior que 4.000 m³/s no decorrer do
presente período úmido, a depender da evolução das chuvas na Bacia do São
Francisco.
O reservatório está com quase 67% de seu volume útil e com afluência
superior a 5.000 m³/s, com tendência de elevação por mais alguns dias.
Petrolina e Juazeiro
Desde o dia 12, quando foi iniciada o processo de controle da cheia, o
nível do rio subiu quase três metros e mudou a paisagem em Juazeiro, Petrolina
e nas demais cidades no Submédio e do Baixo São Francisco.
De acordo com dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
e do Serviço Geológico do Brasil (CRPM),
o nível saiu da cota 1,16 m no dia 11 para a cota 4,14 m nesta segunda, com o
último incremento de defluência em Sobradinho. Nesta segunda-feira, o rio encobriu
parte do parque Fluvial da Orla de Juazeiro.
A cheia também afetou a rotina turística das duas cidades, pois muitos
dos pontos de visitação são ilhas que estão praticamente submersas com a cheia.
Minas Gerais
Em Minas Gerais, na região Norte do Estado, a cheia do rio São Francisco
ainda passa por algumas cidades mais próximas à divisa com a Bahia. Com a
diminuição das enchentes nos afluentes, o nível está em queda. Em São
Francisco, onde o pico foi atingido na última sexta-feira, a água já recuou
cerca de 40 centímetros.
A Usina Hidroelétrica de Três Marias continua com as comportas abertas,
vertendo pouco mais de 3.000 m³/s. Com pouco mais de 92,4% da capacidade, o
reservatório já opera com afluência menor do que a defluência, aumentando o
espaço para receber as águas das próximas chuvas na bacia hidrográfica.
Nos municípios da Bahia, como Malhada, Carinhanha, Bom Jesus da Lapa,
Ibotirama e Morpará, o nível segue em elevação pelo menos até o meio da semana.