Detentos espalhados por presídios de
Pernambuco estavam comandando um grupo criminoso
especializado em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, que envolve
empresas de fachada e fantasmas e até criptomoedas. O grupo, que teria ligação
com a facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), movimentou
quase R$ 500 milhões em apenas dois anos, segundo a Polícia Civil.
A
informação foi revelada, em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (25), na
sede da Polícia Civil, na área central do Recife, após a realização de uma
operação para cumprir 66 mandados de prisão preventiva em 14 estados do País.
Mais de 340 policiais civis e federais participaram.
As
investigações tiveram início em outubro de 2022, após a polícia prende em
flagrante um homem com cerca de 23 quilos de cocaína no bairro de Jardim São
Paulo, no Recife. A quantidade chamou a atenção do delegado José Custódio.
"Pelo
histórico do suspeito, que não trabalhava, resolvi prosseguir com a
investigação. Ao longo do inquérito, descobrimos que havia presidiários
financiando o varejo de drogas da Região Metropolitana do Recife", afirmou
o delegado.
Com
o avanço das investigações, a polícia descobriu que o grupo era articulado e
envolvida ao menos 20 estados do País.
"No
primeiro momento existia o tráfico de drogas, mas também a lavagem de dinheiro,
que acontecia por meio de empresas de fachada, que trabalhavam com eventos,
mídias sociais e até comércio de ouro. Também existiam empresas fantasmas, que
são aquelas que na prática não existem. Encontramos, por exemplo, várias
'empresas' cadastradas no mesmo endereço", explicou.
Segundo
o delegado, 140 pessoas são investigadas no inquérito, que ainda não foi
concluído. Até agora, foi confirmada a movimentação de R$ 471.822.306,26.