O padre Egídio de Carvalho Neto foi preso na última sexta-feira
(17), em João Pessoa, suspeito de comandar um esquema que desviou cerca de
R$140 milhões do Hospital Padre Zé, de onde era diretor.
De acordo com as investigações, o padre tinha uma vida de luxo e
possuía 29 imóveis no nome dele ou de terceiros, na Paraíba, Pernambuco e em
São Paulo.
Um dos imóveis está avaliado em R$2,4 milhões. A polícia ainda
encontrou garrafas de vinho avaliadas em R$2 mil, além de roupas de marca e
objetos de decoração.
“Ele tratava as contas bancárias tanto do Instituto de São José
quanto da Ação Social Diocesano, como se fossem dele”, comentou o promotor de
Justiça do Gaeco da Paraíba, Dennys Carneiro, sobre o Instituto que é
mantenedor do hospital.
“O dinheiro transitava da forma como ele queria, para onde ele
queria. Isso tudo aliado a uma completa e absoluta desorganização documental. O
Instituto São José não tem quase nenhum documento patrimonial, de acervo”,
completou.
Segundo os investigadores, o esquema de desvio dos recursos
público começou em 2013. O padre ainda fez dois empréstimos sob o nome da
instituição.
Por conta do ocorrido, o padre que está atualmente na direção do
hospital disse que a arrecadação diminuiu bruscamente: “Estou mendigando
remédio, insumo, alimento, fralda para os doentes.”
Novas prisões
Além do Egídio de Carvalho Neto, outras duas mulheres foram presas. Uma era
diretora administrativa do hospital e outra supervisora da tesouraria.
A defesa delas afirmou que “apesar da quantidade de documentos
recolhidos pela investigação, nenhum elemento prova que elas tenham se
beneficiado das verbas do Hospital Padre Zé.”
Já a defesa do padre disse que ele “irá se pronunciar oportunamente e irá explicar e dar a sua versão”.