Uma travesti, que estava foragida da justiça,
foi presa nesta quinta-feira (18), em Rio Largo, região metropolitana de
Maceió, acusada de participar de um homicídio triplamente qualificado no
município São Miguel dos Milagres, no Litoral Norte de Alagoas.
Jouse,
como é conhecida a travesti, foi denunciada pelo Ministério Público Estadual de
Alagoas (MPAL) por participar, com mais duas pessoas, da morte de Clivanildo
Santos Lima durante um culto religioso, no dia 09 de dezembro de 2015.
De acordo com o MPAL, Jouse e Jardiel Brito
Moura e Lilian Maria dos Santos Araújo cortaram o pescoço de Clivanildo
com uma faca e o deixaram sangrar até a morte. A vítima estava embriagada e
teria sido atraída por Jardiel a um terreiro de candomblé liderado pela
travesti, que é mãe de santo.
"Jardiel
Brito, então, aproveitou-se do momento de bebedeira que estava ocorrendo na
casa de Jouse e convidou a vítima a ir até o local para se divertirem, já
planejando sua morte e em conluio com os demais indiciados", diz a
denúncia do MPAL. "Ao perceberem que a vítima já estava bastante
embriagada e sem reação, resolveram iniciar o ritual de magia e ceifar sua vida
em nome de um sacrifício", traz a denúncia da Promotoria de Justiça de
Passo de Camaragibe.
Ainda conforme a investigação, a priori
o sacrifício seria feito com um animal, mas o trio desistiu e optou por
fazer com um ser humano. "Há relatos ao longo do IP [Inquérito Policial ]
que falam que os acusados precisavam sacrificar um animal neste dia, e teriam
até tentado fazer isso com uma cabra, contudo, descobriram que estava grávida e
desistiram, preferindo sacrificar um ser humano", diz outro trecho da
denúncia.
Desova do corpo - O corpo de
Clivaldo Lima foi encontrado em uma área de descarte irregular de lixo e
testemunhas teriam visto a travesti e a filha de santo carregando um pacote
suspeito em um carro de mão, no dia do crime.
"No
início da madrugada, após concluírem o trabalho e matarem a vítima dentro
da casa do Josivan (Jouse), os acusados resolveram tentar esconder o corpo, foi
quando a acusada LILIAN MARIA já tinha conseguido um carro de mão
emprestado com sua genitora e resolveu utilizá-lo para arrastar o corpo até um
local que parecia seguro", expõe o documento do MPAL.
Após se desfazerem do corpo, os acusados
teriam lavado o terreiro durante a madrugada, o que também chamou a atenção das
autoridades policiais. "Na manhã seguinte, os acusados, desesperados e na
tentativa de encobrir o crime, resolveram lavar a casa onde a vítima foi morta,
para tentar apagar os vestígios de sangue, limpeza essa que foi feita às 04:30h
da madrugada, visto por testemunhas, o que, sem dúvida, demonstra uma atitude
anormal e desesperada de quem possui responsabilidade".
A
prisão, que aconteceu no bairro Gustavo Paiva, na cidade de Rio Largo, foi
possibilitada por uma investigação de aproximadamente 30 dias do Núcleo de
Investigação Especial (NIESP), da Polícia Civil (PC).