O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva criticou nesta terça-feira a atuação da
mineradora Vale, a maior do país, e afirmou que a empresa precisa "prestar
contas ao Brasil". Para o petista, a empresa não pode agir como
"dona" do país.
Lula deu as declarações durante entrevista para o programa
"É Notícia", da RedeTV, que foi ao ar na noite desta terça-feira.
Ao tocar no
assunto, o presidente citou uma série de problemas ambientais envolvendo a
empresa e afirmou que a Vale não pode ter o "monopólio" do setor.
"A Vale está tendo problemas no Pará, em
Minas Gerais, não pagou o que gerou em Brumadinho. Eles ficam fazendo
propaganda como se fosse a empresa mais importante do Brasil, mas é só
perguntar para os mineiros" afirmou Lula.
Em seguida, Lula defende uma "nova
política mineral", critica o "monopólio" da empresa e afirma que
a Vale precisa "prestar contas ao Brasil".
O que queremos é uma nova política mineral,
queremos dar força para todas empresas que estão querendo cuidar de minerais
críticos. A Vale não pode ter o monopólio. A Vale é que precisa prestar contas
ao Brasil.
Lula, então, afirma que a Vale não pode "pensar que é dona
do Brasil" e afirmou que empresas brasileiras precisam estar "de
acordo com o entendimento de desenvolvimento do governo brasileiro". O
presidente, no entanto, não deixa claro se está se referindo apenas às com
participação da União ou todas as empresas do país.
A
Vale não pode pensar que ela é dona do Brasil, que ela pode mais do que o
Brasil. As empresas brasileiras precisam estar de acordo com
o entendimento de desenvolvimento do governo brasileiro.
Ao falar sobre
o comando da empresa, Lula afirmou que não discute a sucessão da Vale.
Recentemente, no entanto, o presidente defendeu nos bastidores a indicação do
ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como CEO da mineradora.
Integrantes do governo afirmam à época que esperavam que a desistência de Lula fosse entendida entre os acionista da empresa — que é privada —, que seria preciso escolher outro nome como CEO no lugar de Eduardo Bartolomeo, que ocupa o posto atualmente. O governo não concorda com a manutenção de Bartolomeu.