O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou denúncia,
nesta quarta-feira (21), contra Tiago Trindade de Siqueira, de 33 anos, acusado
pela morte da esposa Eduarda Amabile Correia, de 25 anos. O crime aconteceu no
dia 29 de janeiro, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Relembre o caso aqui
O
casal estava junto há três anos. De acordo com as investigações, Eduarda foi
asfixiada pelo marido ao se recusar a desbloquear o celular.
“O
denunciado […] acreditando veementemente que ela o traía através de aplicativos
de relacionamento, nesse contexto, com o propósito de confirmar as suas
infundadas suspeitas, com ela iniciou uma briga, cujo centro foi o desbloqueio
facial do celular dela. Ocorre que a vítima não permitiu, reiteradas vezes, o
acesso ao celular dela ao denunciado, que, por sua vez, irresignado, em ato de
descontrole, investiu contra Eduarda Amabile, estabelecendo-se assim uma luta
corporal entre o casal de modo que o denunciado derrubou truculentamente a
vítima no chão do quarto do casal, forçando-a a mostrar o seu rosto para
desbloquear o celular, que já estava nas mãos do denunciado, tudo contra a
vontade dela” , diz a denúncia.
Sem
conseguir desbloquear o celular, Tiago teria passado a asfixiar Eduarda até a
morte.
“Vendo
suas tentativas frustradas no desbloqueio, o denunciado Tiago mudou sua
estratégia e mediante asfixia e meio cruel deu início à execução do crime de
feminicídio, dominando a vítima já no piso, sem que ela pudesse esboçar
qualquer gesto em sua defesa, impedindo-a de esconder o rosto para evitar o
desbloqueio do celular e posicionou um de seus joelhos no pescoço de EduardaAmabile , aplicando-lhe um golpe de sufocamento/imprensamento ao depositar todo
o peso do seu corpo na região do pescoço e tórax da vítima; assim, asfixiou-a,
impedindo-a de respirar, causando-lhe intenso sofrimento físico”, detalha a
denúncia.
Após o crime, Tiago ligou para o irmão dele afirmando que
Eduarda estava passando mal. Familiares dele foram até a residência e
encontraram a vítima já desfalecida, acompanhada do marido transtornado mexendo
no celular.
Tiago foi denunciado por homicídio com três qualificadoras:
feminicídio, asfixia/meio cruel e motivo fútil.
Por meio de nota, o advogado de acusação
Jackson Bahls , informou que a família de Eduarda espera uma rápida tramitação
do processo e que, no Tribunal do Júri, a sociedade de Araucária possa dar a
resposta aos feminicidas.
“Aqui
não admitimos mortes de mulheres. Seguimos confiantes na Justiça e temos
convicção de que em breve ela será efetivada, pois Eduarda já se tornou símbolo
de luta contra o feminicídio”, disse.