Sem o auxílio emergencial e com uma inflação desigual, a pobreza
vai superar os níveis de 2019 já no começo deste ano. Somente o corte do
benefício à metade em setembro, quando passou de R$ 600 para R$ 300, e a
inflação, que foi o dobro para as faixas de renda mais baixa, jogaram 11,6
milhões na pobreza desde agosto, segundo cálculo do economista e pesquisador da
Fundação Getulio Vargas (FGV) Daniel Duque.
A ajuda emergencial terminou oficialmente na ontem (31), e o governo ainda não anunciou como pretende atender à esse contingente de 65 milhões de pessoas que vinham recebendo o auxílio.
“Vai haver um grande pulo entre dezembro e janeiro, com aumento muito intenso
da pobreza. Já estamos vendo isso ao longo dos últimos meses, de uma maneira
mais gradual, porque as pessoas foram conseguindo o auxílio aos poucos. Está
havendo alguma recuperação no mercado de trabalho, mas não o suficiente para
compensar o auxílio”, disse Daniel Duque ao jornal O Globo.