Uma pesquisa realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), contratada pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS), concluiu que o aumento do preço da conta de luz e do gás impõem um sacrifício grande para os brasileiros, especialmente os mais pobres. O estudo mediu este impacto e apurou que o gasto com gás e energia elétrica já compromete metade ou mais da renda de 46% das famílias brasileiras, sendo que 10% comprometem quase toda a renda familiar com esses gastos, 12% mais da metade da renda familiar e 24% a metade da renda familiar.
Para 90%, o
atual valor da conta de luz está impactando “muito” ou “um pouco” a vida das
famílias, e para poder pagá-la quatro em cada dez brasileiros (40%) diminuíram
ou deixaram de comprar roupas, sapatos e eletrodomésticos. 22% diminuíram a
compra de alimentos básicos para garantir a energia em suas casas, índice que
chega a 28% entre os nordestinos. Além disso, 14% deixaram de pagar contas
básicas como as de água e gás encanado.
O levantamento
aponta também uma mudança de comportamento dos brasileiros para tentar diminuir
a conta de luz: metade (49%) afirma ter adotado ações como tomar banho mais
rápido e desligar as lâmpadas, e 44% dizem ter deixado de usar ou ter reduzido
o uso de eletrodomésticos que consomem muita energia. Muitos foram além: 42%
substituíram lâmpadas por outras mais econômicas, e 23% passaram a evitar o
consumo de muita energia nos horários de pico. Só 5% declaram usar fontes
alternativas renováveis, como a solar, e 18% não mudaram seus hábitos.
Entre as fontes
de energia (elétrica, gás encanado e botijão), o aumento do botijão foi o que
mais pesou no bolso, e 42% apontam o da energia elétrica. Um em cada dez
brasileiros passou a usar lenha para cozinhar, 6% passaram a usar carvão, e 4%
o fogão elétrico.
O Ipec ouviu
2002 pessoas com 16 anos ou mais em todas as regiões do Brasil entre 11 e 17 de
novembro.