Um padre de 54 anos foi preso nesta quinta-feira (17), em Sinop, a 480
quilômetros de Cuiabá, pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e
importunação sexual. A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu o mandado de prisão
preventiva. Até o momento, constam no inquérito duas vítimas. No entanto,
segundo o delegado Pablo Bonifácio Carneiro, conforme a notícia repercutiu, já
apareceram mais duas, que devem ser ouvidas pela polícia nos próximos dias.
Segundo o jornal o Globo, agentes da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso (DEDMCAI) também cumpriram mandado de busca e apreensão domiciliar na chácara do sacerdote Nelson Koch, na zona rural de Sinop. A Polícia Civil representou ainda pelo afastamento do sigilo de dados e pela autorização de acesso e extração de dados contidos em dispositivos eletrônicos apreendidos na casa do suspeito.
“O celular dele foi apreendido e será encaminhado para perícia. Não tenho informação ainda (sobre o que há no aparelho), até porque ele foi resetado. A gente vai mandá-lo para perícia para tentar recuperar alguma coisa”, afirmou Carneiro no início da noite desta quinta-feira. “O inquérito está em andamento ainda. Tem que ser concluído agora o prazo de 10 dias”, completa.
Conforme apurado pelos investigadores, a mãe de uma vítima procurou o
plantão da Polícia Civil e declarou que seu filho, de 15 anos, trabalha desde o
ano passado na igreja liderada pelo religioso, a paróquia São Cristóvão, da
Diocese Sagrado Coração de Jesus de Sinop, e teria sofrido abusos sexuais
praticados em diferentes períodos. Tanto a mãe quanto o adolescente prestaram
depoimentos. Segundo o relato da vítima, o investigado cometeu os supostos atos
criminosos quando ele tinha 7, 13 e 15 anos.
Outro adolescente, de 17 anos, confirmou que o religioso teria, nos
últimos três anos, praticado ato libidinoso sem seu consentimento.
Foi indicado também que o padre teria feito ameaças, ainda que de forma
velada, dizendo ser uma pessoa de influência.
O bispo Dom Canísio Klaus se pronunciou sobre a prisão do padre Nelson
Koch por meio de nota divulgada na página de Facebook da paróquia onde o
investigado atuava, informando que o sacerdote foi quem pediu o próprio
afastamento da congregação pois não queria constranger a Igreja. Koch também
mostrou-se “muito triste” pela situação.