O temporal que atingiu Petrópolis, na
região serrana do Rio de Janeiro, na tarde de terça-feira (15),
deixou ao
menos 38 mortos - a expectativa é que esse número aumente,
segundo o Bom dia Rio, da TV Globo, uma vez que há muita destruição na cidade,
em um cenário de tragédia.
O número de
mortos foi informado pela prefeitura da cidade, que decretou estado de calamidade pública,
na manhã desta quarta-feira (16).
A forte chuva causou destruição em vários pontos da cidade. Uma barreira desabou no Morro da Oficina, no bairro do Alto da Serra. A prefeitura estima que ao menos 80 casas foram atingidas, segundo o G1 Rio. Ainda não há balanço de feridos, desaparecidos e desabrigados.
Imagens gravadas por moradores mostram uma encosta indo abaixo, arrastando construções. Num dos vídeos, pessoas em
desespero retiram às pressas crianças de dentro da Escola Municipal Vereador
José Fernandes da Silva. A cidade entrou em estágio
de crise, o mais alto numa escala de três. Todas as sirenes
instaladas em áreas de risco foram acionadas.
"A situação é de uma tragédia.
O Corpo de Bombeiros tem dificuldade de acessar os locais mais críticos porque
há muitos carros e ônibus abandonados nas ruas. São vários pontos de deslizamento",
disse o coronel Leandro Monteiro, secretário estadual de Defesa Civil do Rio,
anunciando que será montado um hospital de campanha na cidade.
O volume de chuva foi muito acima do esperado na região. Em seis horas, o acumulado pluviométrico atingiu 259 milímetros — acima da média esperada para todo o mês de fevereiro, de 238,2 milímetros.
Enxurradas fecharam ruas
de acesso ao centro da cidade e causaram a suspensão do fornecimento de energia
em algumas regiões. Imagens que circulam na internet mostram carros sendo
arrastados pela enxurrada nas regiões mais altas do município.
Ruas viraram rios, deixando moradores em pânico. Já o centro de Petrópolis ficou debaixo d’água: até o quartel dos bombeiros foi completamente inundado. À noite, parte de Petrópolis continuava sem luz, e pessoas, isoladas à espera de socorro.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, foi à cidade e se reuniu durante a madrugada com secretários estaduais para coordenar o trabalho de resgate e reconstrução da cidade.
Em vídeo nas redes sociais, Castro afirmou que "os
maquinários das secretarias de Infraestrutura e Obras, das Cidades, do Ambiente
e de Agricultura, além de equipamentos usados pela Cedae, estarão rumo ao
município para ajudar na limpeza das ruas e vias atingidas pelas chuvas."
A população de área de
risco está sendo direcionada a pontos de apoio, como escolas e postos de saúde.
Em nota, a Secretaria de Educação do município informou que as aulas desta
quarta-feira foram suspensas.
Na Rio-Petrópolis, o trânsito opera em meia pista na descida da
serra de Petrópolis, altura do quilômetro 82, nas imediações do terminal
rodoviário do Bingen, devido à queda de barreira.
Em 2011, a
região serrana do Rio de Janeiro, onde fica Petrópolis, sofreu a maior catástrofe climática da
história do Brasil, com 918 mortos e mais de 30 mil desalojados.
Até hoje, 99 pessoas seguem desaparecidas.